10 anos sem Roberto Bolaños: legado e sucessão

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10 anos sem Roberto Bolaños: legado e sucessão

28 nov 2024Última atualização: 28 novembro 2024

João Cosme Souza e Silva PereiraJoão Cosme Souza e Silva Pereira
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Roberto Gómez Bolaños, o eterno Chespirito, nos deixou em 28 de novembro de 2014, mas sua genialidade e impacto no entretenimento seguem vivos.

Criador de personagens icônicos como Chaves e Chapolin Colorado, ele encantou milhões de pessoas com histórias que misturavam humor e humanidade. Mais do que um artista, Roberto foi um visionário, planejando cuidadosamente como suas obras continuariam a prosperar além de sua presença.

Neste artigo, exploramos como ele organizou o futuro de suas criações e a importância de decisões bem pensadas para preservar aquilo que se constrói com dedicação.

“Isso, isso, isso!”: a construção de algo maior

Roberto Gómez Bolaños transformou sua habilidade como roteirista e ator em um fenômeno cultural.

Com histórias simples, mas carregadas de valores universais, ele conquistou o mundo e acumulou um patrimônio estimado em cerca de US$ 700 milhões (ou aproximadamente R$ 1,8 bilhão, com base no câmbio da época de sua morte, em 2014).

Suas séries, transmitidas em dezenas de países, e propriedades valiosas, como sua residência em Cancún, são parte de um trabalho planejado com atenção.

Essa grandiosidade foi possível porque ele entendeu que o verdadeiro valor de seu trabalho estava em tocar as pessoas, não apenas em entreter.

“Ninguém tem paciência comigo!”: planejamento para evitar conflitos

Conhecido por sua precisão, Roberto elaborou um testamento detalhado para garantir que suas criações, bens e ideias fossem administrados de forma clara. Ele sabia que, sem organização, poderiam surgir disputas e mal-entendidos entre os herdeiros.

Esse planejamento trouxe tranquilidade a ele nos últimos anos de vida e foi essencial para que sua família tivesse segurança para lidar com os desafios que viriam.

“Sigam-me os bons!”: a continuidade com os filhos

Após sua partida, seus filhos, especialmente Roberto Gómez Fernández, assumiram a responsabilidade de cuidar do universo criado por Bolaños. Fernández, com experiência como produtor, lidera o Grupo Chespirito, que gerencia os direitos das séries e personagens.

Entre as ações mais importantes que ele liderou estão:

  • A criação de exposições culturais, como a mostra imersiva de Chaves, em São Paulo, em 2024, destacando a relevância atemporal das obras de seu pai.
  • A negociação para trazer Chaves e Chapolin de volta à televisão aberta após disputas contratuais, assegurando que novas gerações conheçam essas histórias.

Essas iniciativas mostram como os filhos de Bolaños compreendem a essência do que foi construído e se dedicam a mantê-lo presente para o público.

“Não contavam com minha astúcia!”: organização para o futuro

Assim como Chapolin Colorado sempre tinha um plano, Roberto também deixou tudo preparado para que seus negócios fossem conduzidos com responsabilidade.

Ele distribuiu responsabilidades entre seus herdeiros de acordo com suas habilidades e confiou em executivos experientes para ajudar na administração de suas criações.

O Grupo Chespirito, hoje, é o pilar que mantém viva a memória e os personagens criados por ele. Essa estrutura garante que as decisões sejam tomadas de forma estratégica, tanto para preservar as obras quanto para expandi-las.

“Foi sem querer querendo!”: lidando com desafios

Embora bem planejada, a sucessão de Bolaños teve seus desafios. Após sua morte, surgiram disputas contratuais e divergências entre herdeiros sobre como administrar certos aspectos de suas criações. Florinda Meza, sua esposa, deixou claro que os desejos de Roberto foram respeitados e que o planejamento cuidadoso foi crucial para resolver esses problemas.

“Ai, que burro, dá zero pra ele!”: lições de organização

A história de Roberto Gómez Bolaños ensina que a falta de planejamento pode trazer consequências graves, como custos excessivos, disputas e perda de valor em bens e criações. Ele conseguiu evitar isso ao:

  • Elaborar um testamento claro, especificando como seus bens e obras deveriam ser geridos.
  • Preparar seus filhos para lidar com os negócios, envolvendo-os na gestão de suas criações.
  • Confiar em especialistas para administrar os aspectos legais e financeiros de suas propriedades.

Essas decisões foram fundamentais para que tudo o que ele construiu permanecesse relevante e em boas mãos.

“Palma, palma, não priemos cânico!”: o trabalho continua

Quase uma década após sua partida, Roberto Gómez Bolaños continua sendo lembrado e celebrado. Suas obras ainda arrancam risadas e reflexões, enquanto sua família e equipe garantem que suas histórias continuem a encantar gerações.

O que ele nos deixa vai além de personagens e séries; é uma lição de como planejar, cuidar e proteger aquilo que se constrói com amor e dedicação. Como Chapolin diria:

“Não contavam com minha astúcia!”, e é exatamente essa astúcia que mantém Roberto presente em cada tela e coração.

João Cosme Souza e Silva Pereira

João Cosme Souza e Silva Pereira

Sócio da Blue3 Investimentos e Especialista em Proteção Financeira e Planejamento Sucessório.

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