Fortuna desaparecida: 5 erros do herdeiro da Hermès

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Fortuna desaparecida: 5 erros do herdeiro da Hermès

2 ago 2024

João Cosme Souza e Silva PereiraJoão Cosme Souza e Silva Pereira
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Nicolas Puech, herdeiro da prestigiosa marca de luxo Hermès, de 80 anos, alegou recentemente ter perdido uma fortuna monumental de R$ 73 bilhões, composta por aproximadamente 6 milhões de ações da Hermès.

O fato ganhou manchetes ao redor do mundo, o que nos deixa a seguinte pergunta: Mas, afinal, onde Puech errou?

Embora a Justiça suíça não tenha encontrado evidências de fraude ou má administração por parte de seu gestor financeiro, Eric Freymond, o caso ilustra os riscos associados à falta de uma gestão patrimonial eficaz e criteriosa.

Neste artigo, vamos refletir mais sobre os erros que podem ser sido cruciais para o acorrido. Boa leitura!

1- Falta de estratégia

Primeiramente, vale ressaltar que a preservação da riqueza acumulada ao longo da vida requer uma estratégia robusta de proteção patrimonial.

Esta proteção vai além de salvaguardar os ativos contra fraudes ou má administração. Em suma, ela envolve a implementação de mecanismos que mitiguem riscos financeiros, legais e tributários.

Assim, a organização patrimonial adequada assegura que os bens estejam estruturados de maneira a minimizar a exposição a possíveis perdas. Ao mesmo tempo, maximiza a segurança do patrimônio.

Dessa forma, o caso de Puech demonstra como a ausência de tais medidas pode resultar em consequências perigosas.

2- Planejamento sucessório sem clareza

Em resumo, o planejamento sucessório é um componente essencial da organização patrimonial. Ele assegura que a transferência de riqueza para os herdeiros ocorra de forma ordenada e eficiente.

No caso de Puech, por exemplo, a falta de clareza na gestão de suas ações resultou em incertezas quanto ao destino de uma parte significativa de sua fortuna.

Além disso, Puech, que não tem filhos, tentou adotar seu ex-jardineiro de 51 anos para poder deixar a ele parte de sua fortuna, avaliada em cerca de 14 bilhões de dólares, incluindo propriedades na Suíça e no Marrocos.

Essa tentativa, embora inusitada, destaca a importância de planejar cuidadosamente a sucessão para evitar disputas legais e garantir que os desejos do titular sejam respeitados.

3- Pouca visão de longo prazo

A organização patrimonial não se limita à proteção de ativos, ela também é essencial para a maximização dos rendimentos.

Assim, gestores financeiros competentes identificam oportunidades de investimento que se alinhem aos objetivos de longo prazo do titular, diversificando os ativos para reduzir riscos.

Nesse sentido, a gestão estratégica das ações, como as envolvidas no caso Hermès, deve ser realizada com um planejamento meticuloso para garantir a melhor rentabilidade possível.

A falta de tal planejamento pode resultar em perdas significativas, como evidenciado pelo caso de Puech.

Por isso, Puech enfrenta dificuldades financeiras, tendo afirmado que perdeu cerca de 13 bilhões de dólares, o que resultou em uma batalha judicial contra seu ex-gerente de fortunas, Eric Freymond.

Ele acusou Freymond de fraude, mas um tribunal suíço decidiu que Puech não podia culpar seu gerente de fortunas, já que ele poderia ter revogado o acesso de Freymond a suas contas a qualquer momento.

4- Falta de transparência e controle

Manter uma documentação clara e um registro atualizado de todos os ativos é fundamental para uma boa organização patrimonial.

Isso inclui a assinatura de contratos detalhados, a manutenção de extratos bancários e o acompanhamento contínuo das transações financeiras.

A situação de Puech, onde ele assinou documentos em branco e deu acesso total às suas contas a um consultor financeiro, destaca a importância da transparência e do controle rigoroso na gestão do patrimônio.

Sem esses fundamentos, os riscos de má administração e perda de ativos aumentam exponencialmente.

5- Consultoria ineficiente

A escolha de consultores financeiros experientes e confiáveis é crucial para a organização patrimonial.

Estes profissionais oferecem orientação estratégica, auxiliam na tomada de decisões informadas e garantem que todas as ações estejam alinhadas com os objetivos financeiros e pessoais do titular.

Além disso, a relação de confiança entre o titular e o consultor deve ser baseada em comunicação aberta e transparência total.

Então, o caso de Puech, onde a confiança no consultor resultou em alegações de perda massiva, reforça a importância de escolher profissionais de alta integridade e competência.

Conclusão

Conforme vimos neste artigo, a organização patrimonial não é apenas uma questão de manter as finanças em ordem. Ela é um elemento vital para a proteção, crescimento e transferência eficiente da riqueza.

Adicionado a isso, a história de Nicolas Puech ressalta os perigos da má administração e a necessidade de uma abordagem cuidadosa e bem planejada para a gestão patrimonial.

Ou seja, adotar práticas robustas de organização patrimonial garante a segurança dos ativos, maximiza os rendimentos e assegura uma transição suave e justa para as gerações futuras.

Portanto, a organização patrimonial é, portanto, uma necessidade vital para qualquer indivíduo ou família que deseja preservar e perpetuar sua riqueza com segurança e eficiência.

Foto: Reprodução Facebook/Unsplash

João Cosme Souza e Silva Pereira

João Cosme Souza e Silva Pereira

Sócio da Blue3 Investimentos e Especialista em Proteção Financeira e Planejamento Sucessório.

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