London Bridge is down
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London Bridge is down
9 set 2022•Última atualização: 20 junho 2024
E para encerrar a semana, essa sexta-feira, marcada pelo luto no Reino Unido com o falecimento da longeva Rainha Elizabeth II, deve trazer aos mercados um dia menos movimentado no exterior, enquanto, por aqui, investidores permanecem atentos com a divulgação do IPCA.
Abertura do mercado no Brasil
No Brasil, encerramos a semana em que comemoramos o bicentenário de nossa independência, na expectativa de dados de inflação que devem ser divulgados hoje pela manhã.
Às 9h o IBGE divulgou o IPCA, índice de preços ao consumidor amplo, referente ao mês de agosto.
O índice considerado a medida oficial de inflação no Brasil trouxe segundo mês consecutivo de deflação, , com queda de 0,36%.
Os dados de inflação devem movimentar os juros futuros em resposta à desaceleração de preços.
As falas mais recentes de Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central, levantaram os temores de que novos aumentos residuais na taxa básica possam acontecer no próximo encontro do Copom.
O discurso provocou abertura da curva de juros e freou o Ibovespa que vinha em forte movimento de alta.
Os dados de inflação são a principal ferramenta do BC para balizar as decisões sobre juros.
Conter a alta de preços e contornar o movimento em direção à meta de inflação no que se diz ser o “horizonte relevante” é o objetivo principal da instituição.
Por isso, os dados de hoje devem guiar o BC na reunião de 20 e 21 de setembro do Copom.
Os dados em linha com as expectativas de mercado reforçam a visão de desaceleração dos preços e aliviar as pressões hawkish que sinalizam novos apertos monetários.
Resultado do leilão do Tesouro:
LTN com vencimento em abril de 2023: R$ 930,4 milhões (100% da oferta –
Taxa 13,7536%);- LTN com vencimento em outubro de 2024: R$ 1,2 bilhão (100% da oferta – Taxa
12,1789%); - LTN com vencimento em setembro de 2026: R$ 3,5 bilhões (100% da oferta –
Taxa 11,7224%); - NTN-F com vencimento em janeiro de 2029: R$ 102,9 milhões (72,7%% da
oferta – Taxa 11,8389%); - NTN-F com vencimento em janeiro de 2033: R$ 456,4 milhões (100% da oferta
– Taxa 11,9180%).
Abertura do mercado nos EUA
Nos EUA, a semana termina com calendário de divulgações esvaziado, mas ainda no ritmo das falas de banqueiros centrais.
Na manhã de ontem o Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, participou de congresso sobre política monetária e comentou entre outros assuntos, sobre a situação econômica do país e o futuro dos juros na economia americana.
Sem dar certeza sobre qualquer decisão do banco central norte-americano, Powell, não trouxe novidades ao cenário proposto por ele em Jackson Hole, o simpósio econômico do Fed.
Ainda em tom hawkish, o chairman reforçou a prioridade do Fed em conter a alta de preços nos EUA, para que este não se torne o “novo normal”.
Segundo Powell, o combate à inflação é incerto e complicado, com sinalizações confusas que podem levar ao menosprezo da magnitude do problema.
Assim, os membros do Fed seguem comprometidos até que as indicações sejam claras e contundentes de que os índices de preços caminham para a meta.
Vale lembrar que a próxima semana deve trazer dados de inflação nos EUA. Os índices de preços guiam o Fed no comando da política de juros por lá.
Um terceiro aumento de 75 pontos base é precificado pelos mercados. O marcador FedWatch mostra, atualmente, 86% de probabilidade de que o aumento seja dessa magnitude em setembro.
Os retornos dos títulos do tesouro norte-americano de 2 anos, em reflexo a expectativa de maiores juros por lá,
registraram a maior alta desde 2007.
Abertura do mercado na Europa
Na Europa o Banco Central Europeu promoveu o maior aumento de juros de sua história com mais 75 pontos base nas taxas de juro básico.
Além do aumento, que reforça a criticidade da situação econômica da região, o BCE, projetou que a economia da zona do euro deve entrar em estagnação até o fim do ano, e revisou, ainda, as projeções de PIB para os próximos anos, refletindo menor crescimento.
Mercado Interno
O Ibovespa encerrou o pregão de ontem com leve alta de 0,14% na retomada das negociações após o feriado.
Investidores continuam buscando uma confirmação de manutenção das taxas de juros para fortalecer o movimento de alta.
Na falta dessa confirmação, a expectativa é que os movimentos se mantenham menos expressivos tanto na alta quanto na queda.
Vale lembrar que os dados de inflação divulgados hoje, podem trazer viés de confirmação e reforçar perspectivas de encerramento do ciclo de alta de juros.
Análise técnica Ibovespa
O IBOV, apesar da leve alta apresentada ontem, segue com uma expectativa mais negativa pelo gráfico diário. Isto é, o movimento mais provável para os próximos dias é de baixa.
Em que o próximo nível mais importante seria a região onde se encontra a média móvel de maior período, nos 107.555 pontos.
Neste momento, se torna mais interessante olhar para operações na ponta vendedora, porém, sem a expectativa de um movimento muito longo para baixo.
Isso devido a região onde o ativo se encontra, entre médias móveis e próximos a níveis de preço importante.
Pensando no médio prazo (gráfico semanal), o índice se encontra em tendência de alta, porém passando por uma correção nas últimas semanas.
Mercado Externo
Nos EUA o S&P 500 encerrou o dia de ontem com alta de 0,66%, ainda em uma retomada tímida após os impactos das falas de Powell em Jackson Hole.
Ontem o Presidente do Fed falou pela primeira vez desde o simpósio e não trouxe novidades. O cenário de aperto de mais 75 pontos base segue o caminho mais provável, por ora.
Continuamos com perspectivas mais negativas para o mercado de ações norte-americano, ainda sem sinalizações de encerramento do ciclo de alta nos juros, não vislumbramos uma recuperação forte no horizonte.
Análise técnica S&P500
O S&P500, analisando o gráfico diário, está passando por uma correção no curto prazo. Em que a tendência ainda é de baixa.
O fato do índice se encontrar em uma região de preço importante, já testando as médias móveis, faz com que a perda dos 4.000 pontos aumente a expectativa de retomada da tendência de baixa.
Caso essa retomada do movimento de baixa se confirme, fica interessante olhar para operações na ponta vendedora, devido a relação Risco x Retorno.
Commodities
O minério de ferro completou a madrugada de negociações em Singapura com forte alta.
Após divulgações de dados de inflação ao consumidor mostrarem resultado abaixo da expectativa, reforçaram-se as teses de que ainda há espaço na economia chinesa para novos estímulos.
Além disso a retomada da temporada de construção por lá, promete reaquecer o mercado e alimentar a demanda.
O petróleo opera em forte alta nessa manhã, ainda se recuperando das quedas recentes.
A commodity volta a ser negociada acima dos USD 90/barril. O cenário de curto prazo ainda inspira cuidados, com risco de desaceleração da demanda em meio à degradação das economias globais.
Análise técnica petróleo
O petróleo, mesmo apresentando uma alta ontem, segue com uma expectativa mais negativa após a perda dos USD 91,57/barril.
Entretanto está passando por uma correção no curto prazo. Podendo testar novamente a região dos USD 91,57/barril.
Analistas responsáveis
Dalton Vieira – Analista CNPI-T
- + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
- Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
- Credenciado pela Apimec desde 2010;
Desenvolvedor do método DV de investimentos.
Henrique Tavares – Analista CNPI
- Analista CNPI (CNPI EM-3176);
- Credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia;
- Aeronáutica pela Universidade Federal Uberlândia (UFU).
Disclaimer
De acordo com a Resolução CVM nº 20, de 25 de fevereiro de 2021, Art. 21º, declaro que as análises realizadas neste relatório refletem única e exclusivamente a opinião dos autores, e foram elaboradas de forma independente e autônoma.
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A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.
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