Apertem os cintos, o 2º turno chegou!
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Apertem os cintos, o 2º turno chegou!
28 out 2022•Última atualização: 20 junho 2024
Macro
Sexta-feira encerrando a semana e marcando o último dia de negociações antes da decisão do segundo turno que acontece nesse domingo.
Além do cenário eleitoral acirrado o Brasil tem hoje, dados de inflação, enquanto, o resto do mundo segue amargurando uma temporada de resultados decepcionante que deve aumentar o movimento de aversão risco, com a valorização dos yields.
Brasil
Por aqui, dados de empregos mostraram força do mercado de trabalho que permanece aquecido.
O Caged divulgado na quarta-feira mostrou maior criação de empregos do que o esperado, enquanto, a taxa de desemprego caiu para 8,7%, patamar historicamente baixo.
Ainda no campo de divulgações, hoje pela manhã a FGV divulgou o IGP-M do mês de outubro, que permaneceu deflacionário, marcando queda de 0,97% nos preços, contra projeções que indicavam redução de 0,83%.
O índice que tem peso forte em commodities tem sido influenciado pela recente retração nas cotações de petróleo, minério de ferro e aço.
Apesar de uma semana recheada de indicadores econômicos, além da decisão de política monetária do BC, quem tem guiado o tom dos mercados ao longo dos últimos dias é o cenário eleitoral.
O candidato petista segue na frente na maior parte das pesquisas, e ontem, em carta ao mercado, afirmou que seu governo deve adotar tom de responsabilidade fiscal realista.
A carta que chegou a animar o mercado que atingiu as máximas do dia, perdeu força ao longo do pregão, uma vez que não diz muito e mantém o tom de mistério do candidato com relação à economia do país.
Resultado do leilão do Tesouro:
LTN com vencimento em outubro de 2023: R$ 891,9 milhões (100% da oferta – Taxa 13,2250%);
LTN com vencimento em outubro de 2024: R$ 803,3 milhões (100% da oferta – Taxa 12,1089%);
LTN com vencimento em janeiro de 2026: R$ 2,1 bilhões (100% da oferta – Taxa 11,8790%);
NTN-F com vencimento em janeiro de 2029: R$ 475,5 milhões (100% da oferta – Taxa 12,0147%);
NTN-F com vencimento em janeiro de 2033: Não houve procura – 0% da oferta.
EUA
Nos EUA, a expectativa de hoje fica em torno do indicador de preços de despensas de consumo, o PCE.
O índice de preços é considerado o favorito do FED na avaliação de inflação norte-americana. A expectativa é que o núcleo, que desconta alimentos e energia, mostre alta de 0,5% nos preços no mês. A divulgação acontece às 9h30.
As atenções agora se voltam para a decisão do FED que deve acontecer na próxima quarta-feira.
Apesar de pouca surpresa ser esperada, com um aumento de 75 pontos-base contratado, os mercados aguardam uma sinalização de que esse possa ser o último aperto no atual ritmo, e que dezembro deve trazer aumento de menor magnitude.
Apesar das expectativas crescentes nesse sentido, a divulgação de ontem do Banco Central Europeu (BCE), que aumentou em 75 pontos-base a taxa por lá, trouxe tom mais pessimista para o mercado ao reafirmar o compromisso em manter o atual ritmo de apertos.
Um movimento parecido nos EUA traria nova onda de fuga do risco.
Mercado Interno
O Ibovespa encerrou as negociações de ontem com alta de 1,66%, e recuperou parte das quedas da semana.
O dia hoje é de cautela enquanto grandes investidores se posicionam para o resultado das eleições de domingo.
A semana que foi marcada por forte volatilidade, deve continuar assim hoje. Ações de educação e varejo seguem registrando fortes ganhos em uma tentativa de precificar a vitória de Lula, enquanto estatais perderam força ao longo dessa semana.
No campo de divulgações, o destaque de ontem foi a divulgação da Vale, que trouxe sentimentos mistos ao mercado, com Ebitda abaixo da expectativa e lucro maior que o esperado.
A mineradora aproveitou o maior volume produzido para reduzir seus custos de produção por tonelada, o que alivia parte da pressão sobre custos com a queda do minério.
Análise Técnica
O Ibovespa durante o pregão de ontem chegou a apresentar uma alta de 3,08%, porém acabou devolvendo uma parte do movimento e terminou no campo positivo, com 1,66% nos 114.640 pontos. Apesar dessa alta, o índice não conseguiu se manter acima da média móvel nos 115.000 pontos, trazendo um viés mais negativo no curto prazo.
Dessa forma, a perda dos 112.760 pontos, indica que o Ibovespa pode continuar um movimento de baixa mais acelerado.
Em que, o próximo nível importante mais abaixo, seria os 111.800 pontos, região também de média móvel (período mais longo).
Já, para a retomada de um viés mais positivo, o primeiro sinal seria a superação da máxima de ontem nos 116.235 pontos, fechando também acima da média móvel de curto período.
Mercado Externo
Nos EUA, o S&P 500 ficou novamente no negativo, com queda de 0,61%. Essa semana foi guiada, à princípio, por investidores dispostos a tomar risco em ativos de renda variável que pareciam descontados.
A semana de resultados, no entanto, acabou mostrando que os descontos eram justificáveis.
As famosas big techs divulgaram seus números ao longo da semana, e todas, sem exceção decepcionaram nos resultados, e ainda trouxeram revisões de guidance para baixo, alimentando o sentimento pessimista de investidores.
Ontem Amazon e Apple seguiram na mesma linha.
A expectativa agora, continua para que os resultados voltem a dar um toque de realidade nos preços que, na verdade, estavam esticados, enquanto os lucros das empresas seguem caindo.
Análise Técnica
O S&P500, analisando o gráfico diário, fechou o dia no campo negativo em 0,61% nos 3.807 pontos, sendo o segundo dia consecutivo de queda.
Isso indica que o índice pode passar por uma correção nos próximos dias.
Seja um movimento mais lateral ou buscando a região de média móvel nos 3.750 pontos.
Vale salientar que a tendência de alta, no curto prazo, não foi anulada.
Para que isso aconteça, o S&P deveria voltar a ser negociado nos 3.650 pontos. Portanto, a tendência do S&P no curto prazo segue de alta, em que após essa possível correção, pode voltar a ser negociado nos 3.900 pontos.
Commodities
O minério de ferro continua sua trajetória de queda em meio às preocupações com a demanda global de aço.
A commodity caminha para a pior sequência semanal de quedas desde 2014.
A China, líder na importação mundial de minério, e maior produtora de aço segue apertando as políticas de covid zero e degradando a atividade industrial do país.
O petróleo opera em queda nessa manhã de sexta, depois dos ganhos de ontem.
Apesar dos riscos de desaceleração da demanda com os apertos monetários que seguem em vigor na Europa, e deve ir no mesmo sentido nos EUA, na outra ponta, as sanções de importação europeia de óleo russo devem entrar em vigor no início de dezembro, o que deve colocar novas restrições de oferta e fortalecer o preço da commodity.
Análise Técnica
O petróleo, analisando o gráfico diário, fechou ontem com uma leve alta de 0,38% aos USD 94,67/barril, sendo o segundo dia consecutivo fechando no campo positivo.
O ativo conseguiu superar um nível importante nos USD 94,26/barril, e isso traz uma expectativa positiva para o curto prazo, onde pode continuar esse movimento de alta.
Para que isso se confirme, o petróleo teria que superar os USD 95,40/barril onde poderia testar níveis de preço mais importantes acima, como os USD 97,71/barril.
Já a perda da média móvel e dos USD 89,37/barril traz uma expectativa mais negativa no curto prazo.
Analistas responsáveis
Dalton Vieira – Analista CNPI-T
- + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
- Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
- Credenciado pela Apimec desde 2010;
Desenvolvedor do método DV de investimentos.
Henrique Tavares – Analista CNPI
- Analista CNPI (CNPI EM-3176);
- Credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia Aeronáutica pela Universidade Federal Uberlândia (UFU).
Leonardo Gibelli – Analista CNPI-T
- Analista CNPI-T;
- Analista CNPI-T EM-3376 credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
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DVinvest
A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.
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