Ata do Copom aponta novo ajuste de 1 ponto na Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta terça-feira (04) a ata de sua última reunião, reforçando a necessidade de uma política monetária mais contracionista diante da persistência inflacionária e da resiliência da atividade econômica.

O documento reforça a decisão de elevar a taxa Selic em 1,00 ponto percentual, para 13,25% ao ano, e sinaliza que um novo aumento da mesma magnitude pode ocorrer na próxima reunião caso o cenário inflacionário continue desafiador.

Inflação e economia aquecida preocupam

A ata destaca que, apesar da política monetária restritiva, o crescimento do consumo das famílias e o dinamismo do mercado de trabalho continuam sustentando a demanda.

O Comitê observa que os rendimentos nominais seguem elevados e que a inflação de serviços permanece resistente, reforçando a necessidade de cautela na condução dos juros.

Além disso, o documento aponta que os preços de alimentos tiveram alta significativa, pressionados pela estiagem e pelo ciclo da pecuária. O Copom alerta que a inflação acumulada em 12 meses deverá seguir acima do teto da meta nos próximos seis meses, exigindo medidas adicionais para garantir sua convergência.

Riscos elevados e impacto do cenário externo

O Copom avaliou que os riscos inflacionários continuam elevados e assimétricos. A desancoragem das expectativas de inflação e a volatilidade da taxa de câmbio foram citadas como fatores que podem exigir um aperto monetário mais prolongado.

O Comitê também mencionou a incerteza sobre a política fiscal interna e os desdobramentos da política econômica dos Estados Unidos, que podem impactar os fluxos de capital e a condução da política monetária no Brasil.

Próximos passos da política monetária

Diante desse cenário, o Copom reforçou seu compromisso com a convergência da inflação para a meta e indicou que a magnitude total do ciclo de aperto dependerá da evolução das projeções inflacionárias e da resposta da economia às medidas já adotadas.

A possibilidade de um novo aumento de 1,00 ponto percentual na próxima reunião dependerá da dinâmica dos preços e da manutenção das pressões sobre a inflação.