Desocupação avança em 12 estados no 1º trimestre de 2025
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Desocupação avança em 12 estados no 1º trimestre de 2025
16 mai 2025


A taxa de desocupação no Brasil atingiu 7,0% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um aumento em relação ao quarto trimestre de 2024 e reflete alta no desemprego em 12 das 27 unidades da federação, com estabilidade nas demais 15.
As maiores taxas de desocupação foram registradas em Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). Já os menores índices ficaram com Santa Catarina (3,0%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).
Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, o avanço foi sazonal e menor que o histórico para o período. “Esse aumento no primeiro trimestre ocorre todo ano, devido ao fim dos contratos temporários das festas de fim de ano. Desta vez, o crescimento de 0,8 ponto percentual ficou abaixo da média de 1,1 p.p., sendo o menor para um primeiro trimestre na série histórica”, avaliou.
Tempo de procura por trabalho também caiu
A pesquisa identificou queda no número de desocupados em todas as faixas de tempo de procura em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O destaque foi para o grupo que busca trabalho há dois anos ou mais, que caiu para 1,4 milhão de pessoas, o menor nível desde 2015 para um primeiro trimestre.
“Pela primeira vez, o número de pessoas desocupadas há menos de um mês superou o daqueles que estão há mais de dois anos nessa condição”, afirmou Kratochwill. Atualmente, 21,5% dos desempregados estão nessa faixa mais recente de desocupação, sinalizando uma recuperação do mercado de trabalho.
Desigualdades persistem entre gênero, raça e escolaridade
As mulheres seguem com maior taxa de desocupação: 8,7%, contra 5,7% entre os homens. Por cor ou raça, a desocupação é de 5,6% entre brancos, 8,4% entre pretos e 8,0% entre pardos.
A taxa de desocupação também varia conforme o nível de instrução. Pessoas com ensino médio incompleto registraram a maior taxa (11,4%). Entre os que têm ensino superior completo, a taxa caiu para 3,9%.
Informalidade ainda atinge quase 4 em cada 10 trabalhadores
A taxa de informalidade ficou em 38,0% da população ocupada. Os maiores índices foram observados no Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%), enquanto os menores apareceram em Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).
De acordo com Kratochwill, “a informalidade reflete o nível de maturidade econômica dos estados — os mais industrializados geram mais empregos formais”.
Emprego com carteira assinada avança no Sul e Sudeste
No setor privado, 74,6% dos trabalhadores têm carteira assinada. Os maiores percentuais estão em Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%). No outro extremo, Maranhão (51,8%), Piauí (52,0%) e Pará (55,1%) têm os menores índices.
Já o trabalho por conta própria representa 25,3% da população ocupada. Rondônia (35,6%) lidera nesse tipo de ocupação, seguida por Maranhão (32,7%) e Amazonas (31,2%).
Renda sobe no Sul e no Nordeste
O rendimento médio real no país chegou a R$ 3.410, com crescimento tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 3.371) quanto ao mesmo período de 2024 (R$ 3.279).
Nordeste (R$ 2.383) e Sul (R$ 3.840) apresentaram aumentos significativos, enquanto as demais regiões registraram estabilidade.
A massa de rendimento real habitual ficou em R$ 345 bilhões, estável frente ao trimestre anterior, mas com alta de 6,6% em relação ao ano passado. O Sudeste lidera com R$ 174,9 bilhões, seguido por Sul (R$ 79,7 bilhões) e Nordeste (R$ 50,2 bilhões).
Sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é a principal pesquisa de força de trabalho do IBGE, com coleta em mais de 211 mil domicílios de cerca de 3.500 municípios. Durante a pandemia, a coleta foi feita por telefone, mas desde julho de 2021 voltou a ser presencial.
A identidade dos agentes de coleta pode ser verificada pelo site Respondendo ao IBGE ou pela Central de Atendimento 0800 721 8181.
A próxima divulgação da PNAD Contínua Trimestral será em 15 de agosto, referente ao segundo trimestre de 2025.
Foto: Governo do Sergipe


Redação It's Money
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