Inflação oficial sobe 0,43% em abril, puxada por saúde, vestuário e alimentos

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Inflação oficial sobe 0,43% em abril, puxada por saúde, vestuário e alimentos

9 mai 2025Última atualização: 9 maio 2025

Ana Claudia PivaAna Claudia Piva
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,43% em abril, após alta de 0,56% em março, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE. Mesmo com a desaceleração, essa foi a maior variação para um mês de abril desde 2023, quando o índice ficou em 0,61%.

Com isso, o IPCA acumula alta de 2,48% no ano e de 5,53% nos últimos 12 meses, superando os 5,48% registrados no período imediatamente anterior. Em abril de 2024, a inflação havia sido de 0,38%.

Leitura do mercado

O resultado veio praticamente em linha com o esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,42%. Segundo avaliação da Oby Capital, os dados mantêm o diagnóstico de inflação ainda resistente:

“Entendemos que este número divulgado não traz muitas novidades ao cenário, mas mantém a perspectiva de inflação ainda pressionada pela atividade econômica robusta, com mercado de trabalho forte”, Oby Capital.

A casa também destaca que os serviços subjacentes, monitorados de perto pelo Banco Central por influenciarem as decisões de política monetária, vieram acima do esperado (+0,60% contra projeção de +0,50%), com destaque para alimentação fora do domicílio. Já os alimentos in natura surpreenderam para baixo, com destaque para a queda no preço dos ovos.

Alta foi generalizada, com exceção de transportes

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o setor de transportes apresentou recuo (-0,38%) no mês. A maior variação foi registrada em saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,18%, puxada pelos reajustes autorizados nos preços dos medicamentos (2,32%) e pelos itens de higiene pessoal (1,09%).

Na sequência, o grupo vestuário subiu 1,02%, com destaque para os aumentos em roupas femininas (1,45%), masculinas (1,21%) e calçados e acessórios (0,60%). Já o grupo alimentação e bebidas desacelerou de 1,17% em março para 0,82% em abril, mas ainda exerceu o maior impacto individual no índice, contribuindo com 0,18 ponto percentual.

Entre os alimentos, os itens que mais subiram foram a batata-inglesa (18,29%), o tomate (14,32%) e o café moído (4,48%). Por outro lado, a cenoura (-10,40%), o arroz (-4,19%) e as frutas (-0,59%) registraram queda nos preços. A alimentação fora do domicílio teve leve alta de 0,80%, com destaque para os lanches (1,38%).

Transportes em queda: passagens e combustíveis mais baratos

O grupo de transportes foi o único a recuar no mês, impactado principalmente pela queda de 14,15% nas passagens aéreas e pela retração nos preços dos combustíveis (-0,45%). O óleo diesel caiu 1,27%, o gás veicular, 0,91%, o etanol, 0,82% e a gasolina, 0,35%.

Ainda nesse grupo, o índice refletiu reajustes regionais: o metrô subiu 1,01%, com aumento no Rio de Janeiro (3,33%) e redução em Brasília (-3,36%) devido à gratuidade aos domingos e feriados. As tarifas de táxi subiram em Porto Alegre (10,56%) e Aracaju (4,95%).

Já o transporte por ônibus urbano teve leve queda de 0,09%, influenciada por variações nas tarifas em cidades como Porto Alegre, Belém, Brasília e Curitiba.

Habitação e despesas pessoais desaceleram

O grupo habitação subiu apenas 0,14% em abril. As tarifas de água e esgoto avançaram 0,25%, refletindo reajustes em Goiânia (4,17%) e Recife (9,98%). Já a energia elétrica residencial teve queda de 0,08%, com variações regionais. Destaque para as reduções em Recife (-1,70%) e Fortaleza (-1,68%).

Em despesas pessoais, a alta foi de 0,54%, com aumentos significativos nos preços do cigarro (2,71%) e dos serviços bancários (0,87%).

Porto Alegre lidera alta regional; Brasília tem menor variação

Entre as regiões pesquisadas, Porto Alegre apresentou a maior variação no mês (0,95%), puxada pelas altas da energia elétrica (3,37%) e do tomate (45,96%). Na outra ponta, Brasília teve a menor variação (0,04%), devido à queda nos preços das passagens aéreas e da gasolina.

INPC avança 0,48% em abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com rendimento de até cinco salários mínimos, teve alta de 0,48% em abril. No ano, o acumulado é de 2,49% e, em 12 meses, chega a 5,32%, acima dos 5,20% observados anteriormente.

Os alimentos no INPC desaceleraram de 1,08% em março para 0,76% em abril, enquanto os produtos não alimentícios avançaram de 0,32% para 0,39%.

Assim como no IPCA, Porto Alegre liderou a alta regional (1,07%) e Brasília registrou a menor variação (0,01%).

Ana Claudia Piva

Ana Claudia Piva

Jornalista profissional com mais de 20 anos de experiência (MTB 43.842/SP). Editora-chefe do Portal It's Money. Especialista em gestão de conteúdo pela Universidade Metodista de São Paulo e em Search Engine Optimization (SEO).

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