IPCA sobe 1,31% em fevereiro e atinge maior taxa para o mês desde 2003
economia
IPCA sobe 1,31% em fevereiro e atinge maior taxa para o mês desde 2003
12 mar 2025•Última atualização: 12 março 2025


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% em fevereiro, ficando 1,15 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de janeiro (0,16%), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2003, quando o índice avançou 1,57%. Com esse resultado, o IPCA acumula alta de 1,47% no ano, enquanto o índice acumulado em 12 meses avançou para 5,06%, superior aos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2024, a variação havia sido de 0,83%.
Pressão dos preços vem de Educação e Habitação
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, Educação (4,70%) apresentou a maior variação, seguido por Habitação (4,44%), que foi o grupo com maior impacto no índice do mês, com 0,65 p.p. de contribuição.
Outros destaques foram Alimentação e bebidas (0,70%) e Transportes (0,61%). Juntos, esses quatro grupos foram responsáveis por 92% do IPCA de fevereiro.
O aumento no grupo Educação (4,70%) foi impulsionado pelos reajustes anuais praticados no início do ano letivo. Os cursos regulares tiveram alta de 5,69%, sendo os principais impactos vindos do ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
Já no grupo Habitação (4,44%), o principal responsável pelo avanço foi a energia elétrica residencial, que subiu 16,80%, revertendo a queda de -14,21% em janeiro, que havia sido influenciada pelo Bônus de Itaipu.
Além disso, as tarifas de água e esgoto (0,14%) refletiram reajustes em várias capitais: 6,84% em Campo Grande (1,18%), 6,42% em Belo Horizonte (0,74%) e 6,45% em uma das concessionárias de Porto Alegre (0,37%).
Alimentação desacelera, mas segue pressionada
No grupo Alimentação e bebidas (0,70%), a alimentação no domicílio subiu 0,79%, desacelerando em relação ao avanço de 1,07% em janeiro.
Entre os produtos que mais subiram, destacam-se o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%). Já entre as principais quedas, estão batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%).
A alimentação fora do domicílio (0,47%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,67%). O lanche (0,66%) e a refeição (0,29%) tiveram aumentos menores do que os registrados em janeiro (0,94% e 0,58%, respectivamente).
Transportes: combustíveis pressionam índice
O grupo Transportes (0,61%) foi impulsionado pelo aumento dos combustíveis (2,89%), com destaque para o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). O único combustível a registrar queda foi o gás veicular (-0,52%).
Os preços das passagens de ônibus urbano (3,00%) também pesaram no índice, refletindo reajustes em diversas capitais:
- São Paulo: 13,64% a partir de 6 de janeiro (resultado final foi de 12,01%, considerando gratuidades em feriados);
- Rio de Janeiro: 9,30% a partir de 5 de janeiro;
- Belo Horizonte: 9,52% desde 1º de janeiro;
- Campo Grande: 4,21% desde 24 de janeiro;
- Recife: 4,87% desde 5 de janeiro.
Em São Paulo, a integração do transporte público (7,30%) foi impactada pela combinação dos reajustes tarifários e da política de gratuidade em feriados.
Aracaju registra maior variação entre as regiões
Entre os índices regionais, a maior variação foi registrada em Aracaju (1,64%), impulsionada pelos aumentos na energia elétrica residencial (19,20%) e na gasolina (3,29%). Já a menor variação foi em Fortaleza (1,03%), devido à queda nos preços das passagens aéreas (-18,56%) e da gasolina (-3,31%).
INPC avança 1,48% em fevereiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até 5 salários mínimos, subiu 1,48% em fevereiro, acumulando 1,48% no ano e 4,87% nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2024, a taxa havia sido de 0,81%.
Os produtos alimentícios desaceleraram de 0,99% em janeiro para 0,75% em fevereiro, enquanto os não alimentícios tiveram alta de 1,72%, revertendo a queda de -0,33% em janeiro.
Entre as capitais, Aracaju novamente teve a maior variação (1,79%), enquanto Goiânia apresentou a menor (1,01%), puxada pela queda de -26,67% nas passagens aéreas e de -1,95% no preço das carnes.


Ana Claudia Piva
Jornalista profissional com mais de 20 anos de experiência (MTB 43.842/SP). Editora-chefe do Portal It's Money. Especialista em gestão de conteúdo pela Universidade Metodista de São Paulo e em Search Engine Optimization (SEO).
Saber mais