PMI aponta melhora no setor industrial em novembro

O setor industrial brasileiro registrou mais um mês de crescimento em novembro, com o Índice Gerente de Compras (PMI) marcando 52,3 pontos, de acordo com o relatório da S&P Global Market Intelligence.

Apesar de uma ligeira queda em relação a outubro, quando o índice atingiu 52,9, o resultado sinaliza a 11ª expansão consecutiva, mantendo-se acima da marca de 50, que indica melhora nas condições do setor.

Demanda interna impulsiona crescimento

A resiliência da demanda interna foi um dos principais motores para o aumento dos volumes de produção, vendas e contratação de mão de obra.

“Os clientes continuaram a comprar, com um aumento sólido nos volumes de novos negócios contribuindo para outra expansão nos volumes de produção”, comentou Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global Market Intelligence.

O relatório destacou que o crescimento foi mais acentuado no segmento de bens intermediários, seguido por bens de capital e bens de consumo.

No entanto, as exportações enfrentaram uma leve contração após sete meses consecutivos de crescimento, com empresas relatando menor demanda de clientes na América do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

Produção e emprego seguem em alta

Em resposta ao aumento dos pedidos, as empresas continuaram a elevar seus volumes de produção e recrutaram novos funcionários em ritmo sólido, mantendo a tendência dos últimos meses.

“Um ambiente favorável de demanda e previsões positivas para a produção em 2025 impulsionaram a criação de empregos e a aquisição de insumos”, explicou De Lima.

Entretanto, os estoques de insumos e bens finais voltaram a cair, refletindo dificuldades logísticas atribuídas a atrasos em portos e aeroportos.

Inflação e custos permanecem altos

Apesar de uma desaceleração nos aumentos de custos, os níveis de inflação em insumos e preços de venda continuam elevados em relação aos padrões históricos. A desvalorização cambial e os custos de gás e frete foram apontados como os principais responsáveis pela alta nos preços.

“Outro aumento significativo nos custos de insumos levou as empresas a aumentar seus preços de venda novamente”, afirmou De Lima.

Confiança no futuro

Apesar dos desafios, os fabricantes brasileiros permanecem otimistas em relação às perspectivas de produção para os próximos 12 meses, motivados por investimentos, oportunidades de exportação e expectativas positivas em setores como agrícola e automotivo.

As condições favoráveis de demanda interna e a expectativa de um ambiente mais estável em 2025 devem sustentar o desempenho positivo do setor industrial no curto prazo.