Produção industrial brasileira fecha 2024 com crescimento de 3,1%

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Produção industrial brasileira fecha 2024 com crescimento de 3,1%

5 fev 2025

Ana Claudia PivaAna Claudia Piva
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A produção da indústria brasileira cresceu 3,1% em 2024, comparado a 2023, marcando o terceiro maior avanço dos últimos 15 anos. O desempenho foi impulsionado pelo aumento do emprego e da renda, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do crescimento anual, a indústria registrou três meses seguidos de queda no final do ano. Em dezembro, houve retração de 0,3%, após quedas de 0,2% em outubro e 0,7% em novembro. Ainda assim, o nível de produção ficou 1,6% acima do registrado no mesmo mês de 2023.

Os dados do IBGE indicam que a indústria nacional está 1,3% acima do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020, mas ainda 15,6% abaixo do pico de maio de 2011. O nível atual de produção equivale ao registrado em dezembro de 2009.

O crescimento de 3,1% em 2024 superou o leve avanço de 0,1% registrado em 2023. Nos últimos 15 anos, o resultado fica atrás apenas dos avanços de 10,2% em 2010 e 3,9% em 2021, anos marcados por recuperações econômicas. Diferente desses períodos, o crescimento de 2024 ocorreu sem a influência de uma base de comparação deprimida por crises anteriores.

Crescimento disseminado

O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, destaca que a expansão industrial em 2024 foi abrangente, com resultados positivos nas quatro principais categorias econômicas (bens de capital, intermediários, duráveis e gerais) e em 20 dos 25 setores analisados.

“O crescimento do setor industrial em 2024 pode ser explicado por fatores como o aumento do emprego, a queda na taxa de desocupação, a maior massa salarial e o crescimento do consumo das famílias, impulsionado por estímulos fiscais, elevação da renda e expansião do crédito”, explica Macedo.

O Brasil encerrou 2024 com taxa média de desemprego de 6,6%, o menor nível da série histórica do IBGE.

Desaceleração no último trimestre

O último trimestre de 2024 registrou uma queda acumulada de 1,2%, com três meses consecutivos de retração. Esse comportamento não era observado desde o período entre fevereiro e abril de 2021, quando a indústria recuou 5,3%.

Na comparação entre o quarto e o terceiro trimestres de 2024, houve uma leve queda de 0,1%, a primeira desde o terceiro trimestre de 2023. Segundo Macedo, a desaceleração foi influenciada por uma redução nos níveis de confiança de consumidores e empresários.

“O aperto na política monetária, com a alta dos juros a partir de setembro de 2024, a desvalorização do real frente ao dólar e a inflação elevada, especialmente de alimentos, impactaram o setor industrial”, explica o especialista.

Contexto econômico

Em setembro de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou um ciclo de aumento da taxa Selic para conter a inflação. A taxa, que era de 10,5% ao ano no início de setembro, subiu para 13,25% ao final de 2024. O aumento dos juros encareceu o crédito para consumo e investimentos produtivos.

A inflação oficial fechou o ano em 4,83%, acima do teto da meta de 4,5%. O dólar acumulou valorização de 27% ao longo do ano, encerrando 2024 cotado a R$ 6,18, com oscilação recente para próximo de R$ 5,80.

O pico da atividade industrial ocorreu em junho de 2024, seguido por uma perda de dinamismo no segundo semestre. “Nos últimos três meses do ano, a indústria mostrou sinais de menor intensidade”, conclui Macedo.

Ana Claudia Piva

Ana Claudia Piva

Jornalista profissional com mais de 20 anos de experiência (MTB 43.842/SP). Editora-chefe do Portal It's Money. Especialista em gestão de conteúdo pela Universidade Metodista de São Paulo e em Search Engine Optimization (SEO).

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