Câmara aprova texto-base do arcabouço fiscal

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Câmara aprova texto-base do arcabouço fiscal

24 mai 2023Última atualização: 21 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money

A Câmara dos Deputados aprovou na noite dessa terça-feira (23), por 372 votos a 108, o texto-base do projeto de lei complementar que fixa novas regras fiscais para as despesas da União, o chamado arcabouço fiscal.

A medida substituirá o atual teto de gastos, criado ainda no governo de Michel Temer. Ainda será preciso votar destaques, o que deve ocorrer nesta quarta-feira (24). Após essa etapa, o texto do arcabouço fiscal seguirá para o Senado.

Câmara aprova texto-base do arcabouço fiscal

A proposta do arcabouço fiscal foi enviada em abril pelo governo federal ao Congresso Nacional. O relator do projeto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), incluiu gatilhos para obrigar o corte e a contenção de gastos no caso de descumprimento da meta fiscal.

Dessa forma, o novo arcabouço fiscal limitará o crescimento da despesa a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Em momentos de maior crescimento da economia, a despesa não poderá crescer mais de 2,5% ao ano acima da inflação. Em momentos de contração econômica, o gasto não poderá aumentar mais que 0,6% ao ano acima da inflação.

Durante todo o dia, Cajado esteve reunido com o presidente da Câmara, Arthur Lira, costurando mudanças pontuais no relatório. Uma delas dá possibilidade do governo gastar mais do que o previsto, desde que arrecade mais que o previsto também. Os gastos serão condicionados ao cumprimento de metas de resultado.

O placar provocou comemoração na base do governo. Isso porque, por se tratar de um Projeto de Lei Complementar, eram necessários, no mínimo, 257 votos para aprovação. Dessa maneira, a aprovação por uma margem larga, com um clima político favorável, deixa o governo mais confortável para a votação no Senado.

Gatilhos

Chamado de Regime Fiscal Sustentável pelo relator, o projeto prevê que, no caso de descumprimento das metas, haverá contingenciamento (bloqueio) de despesas discricionárias. O projeto de Cajado estabelece a adoção, no ano seguinte ao descumprimento, de medidas automáticas de controle de despesas obrigatórias, como a não concessão de aumento real de despesas obrigatórias e a suspensão de criação de novos cargos públicos e da concessão de benefícios acima da inflação.

Assim, caso o descumprimento aconteça pelo segundo ano consecutivo, novas proibições serão acrescentadas às existentes, como o aumento de salários no funcionalismo público, admissão ou contratação de pessoal e realização de concurso público (nos últimos dois pontos, a exceção é para reposição de cargos vagos).

De acordo com Cajado, o reajuste real do salário mínimo estará fora dos gatilhos e terá aumento acima da inflação. A princípio, havia previsão de também retirar o Bolsa Família do limite de gastos. No entanto, o deputado manteve o benefício sujeito às normas gerais para que seja reajustado acima da inflação.

Texto: Agência Brasil

Redação It's Money

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