Petrobras: afinal, o que muda com a nova política de preços?

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Petrobras: afinal, o que muda com a nova política de preços?

20 mai 2023Última atualização: 21 junho 2024

Raissa SchefferRaissa Scheffer

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A Petrobras anunciou nessa semana uma nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina. A notícia mexeu com o mercado financeiro e consumidor. Mas, afinal, o que muda com a nova política de preços?

Em primeiro lugar, é preciso entender que a nova política encerra a subordinação dos valores ao preço de paridade de importação. Ou seja, os preços praticados no país não vão mais se vincular aos valores no mercado internacional. No formato de antes, a referência era o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar.

"A grande desvantagem desse modelo era que, se o preço do barril subisse, e o dólar também, teríamos um repasse alto para os consumidores", explica Erik Sala, especialista em investimentos DVinvest.

Afinal, o que muda com a nova política de preços?

Ainda segundo Erik Sala, a grande problemática dessa nova política de preços são os padrões adotados para a formulação dos valores dos combustíveis. São elas: o “custo alternativo do cliente” e o “valor marginal para a Petrobras”.

Assim, o custo alternativo para o cliente é estabelecido a partir das alternativas que o consumidor tem no mercado, sendo observados os preços praticados por outros fornecedores que ofereçam os mesmos produtos ou similares.

Já o valor marginal para a Petrobras considera as melhores condições obtidas pela companhia para produção, importação e exportação.

Segundo a Petrobras, esse modelo vai permitir ainda que ela seja mais competitiva em cada mercado e região, aplicando valores alinhados às especificidades locais.

Na análise de Erik Sala, essa nova política tira a transparência na formação de preços e pode dar margem para alguns erros cometidos no passado da companhia.

“Afinal, agora você não tem um fator tão quantitativo no preço e conceitos que são um pouco vagos”, explica o especialista. Ele cita, ainda, o risco de aplicar políticas populistas na formação de preços.

Para o mercado

Sala destaca, porém, que ainda é cedo para avaliarmos o impacto dessa mudança no balanço da Petrobras ou no dia a dia do mercado. Principalmente porque, nos últimos dias, os preços do barril de petróleo e do dólar registraram queda.

“O que precisamos observar, agora, é o comportamento da empresa quando o preço do petróleo subir, e o dólar também. Se a Petrobras irá repassar isso, qual será a magnitude desse repasse. Ou se ela vai absorver o prejuízo”, diz.

Em resumo, ainda é cedo para repercutir o impacto em geral da medida anunciada pela companhia.

Acionistas

Já para quem tem ações na Petrobras, é importante acompanhar essa movimentação. “Costumamos dizer que, a melhor empresa do mundo é uma petroleira bem gerida, e a segunda melhor empresa do mundo é uma petroleira mal gerida”, diz Erik Sala.

Ou seja, a Petrobras vem de um passado de prejuízos, mas, quando analisamos o lucro de R$ 108 bilhões do ano passado, se mostra uma empresa com um grande potencial. “De fato, é uma empresa bem relevante para o país e para o mercado”, completa.

Por fim, o especialista diz que, a nova política de preços se mostrou melhor do que o mercado imaginava. “Assim, retira a incerteza que pairava nas ações da companhia. Pois, olhamos para o comportamento das ações e não vimos flutuações muito bruscas. A margem até subiu, inclusive”, conclui.

Raissa Scheffer

Raissa Scheffer

Raissa Scheffer (MTB: 0051926/SP) é jornalista com 16 anos de experiência em economia. Foi repórter e editora na Gazeta de Ribeirão e Jornal ACidade. Com passagens pela EPTV Ribeirão, Portal Terra, TV Record e Portal Revide.

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