Dia de ajustes nos mercados

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Dia de ajustes nos mercados

6 set 2022Última atualização: 20 junho 2024

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Nessa terça-feira mercados voltam a ganhar tração com reabertura das negociações nos EUA e pacotes de auxílios na Europa e China.

Por aqui a agenda de divulgações segue esvaziada, mas falas de Roberto Campos Neto devem movimentar o mercado, além de leilão de pós-fixados que deve mexer nos juros futuros.

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Abertura do mercado no Brasil

No Brasil, o dia não conta com divulgações econômicas que devem movimentar o mercado, entretanto, as falas do Presidente do Banco Central na noite de ontem devem movimentar o dia.

Em evento organizado pelo Valor Econômico, Campos Neto destacou que o BC não olha para cortes de juros por ora e que segue avaliando novos aumentos para conter a inflação.

Segundo ele, “a mensagem que continua valendo é a de que analisaremos um possível ajuste final”. A fala é acompanhada de um discurso mais hawkish com sinalização de um possível aumento no próximo encontro do Copom.

Os mercados que vinham precificando o fim do período de ajustes com estabilização dos juros anunciados em 21 de setembro devem reagir ao comunicado de ontem.

A curva de juros futuros precificava até ontem um aumento de 7 pontos na Selic, indicando estabilidade.

Já as Opções de Copom negociadas na B3, mostravam probabilidade de 81% de manutenção da taxa básica.

Esperamos que o dia seja movimentado nos DIs, com vértices mais curtos abrindo e precificando um novo possível aumento.

As Opções de Copom devem passar por movimento parecido e refletir o novo cenário proposto por Campos Neto.

Vale lembrar que um novo aumento não era precificado na renda variável, e que o rali mais recente de ações brasileiras foi impulsionado pelo sentimento de fim do ciclo de apertos.

É possível, portanto, que vejamos um dia de ajustes também no mercado de ações, com investidores balizando o risco de um novo aumento.

Para hoje, em busca de clareza, os mercados devem se manter atentos, às falas de Bruno Serra, Diretor de Política Monetária do Banco Central.

O dirigente discursa em live aberta à imprensa de uma gestora. As falas de Serra podem trazer mais clareza ao cenário que os membros do Copom tem enxergado para os juros no Brasil, e consequentemente ajudar investidores a se preparar para o cenário mais provável.

Ainda hoje, o Tesouro faz oferta de pós-fixados, cujos volumes devem ser divulgados às 10h30. A oferta contempla LFT para vencimento em 2028 e NTN-Bs para os vencimentos de 2025, 2032 e 2045.

Abertura do mercado nos EUA

Nos EUA, mercados voltam a operar, abrindo com futuros em alta e títulos do tesouro americano subindo.

Para o dia de hoje, a agenda deve ser movimentada por dados de gerentes de compras, assim como aconteceu por aqui e na zona do euro ontem.

Nos EUA, às 10h45 deve ser divulgado o PMI de Serviços com estimativa de 44,2, indicando retração da atividade no setor.

O número deve indicar desaceleração da atividade que segue pressionando a inflação por lá.

Minutos depois, às 11h, o ISM de Serviços, que tem efeito similar ao PMI e controla o desempenho das atividades não-industriais, deve ser divulgado, com expectativa de 55,4, contra 56,7 reportado no último mês.

Sinalizações de leve desaceleração devem ser interpretadas como positivas no combate à alta de preços por lá, e devem ter impacto nas decisões do Federal Reserve para as próximas reuniões.

E por falar em Fed, o tom dos mercados continua sendo de apreensão com a expectativa de divulgação do Livro Bege na quarta-feira, e discurso do Vice-Presidente do banco central norte-americano, Lael Brainard, no mesmo dia.

Na quinta, Jerome Powell, Presidente do Fed faz seu primeiro discurso desde Jackson Hole.

As falas dessa semana devem trazer maior clareza para o cenário de juros nos EUA.

Atualmente um novo aumento de 75 pontos- base é precificado, e não devemos ver mudanças nesse cenário. Entretanto, a expectativa é entender como os membros do Fed têm enxergado o horizonte de juros por lá.

Abertura do mercado na Europa

Na Europa investidores aguardam dados de PIB da zona do euro, marcados para amanhã.

Mercados ainda se ajustam ao anúncio recente de interrupção de fornecimento de gás russo através do Nord Stream 1, principal gasoduto de abastecimento ao continente.

Os riscos de uma crise energética seguem aumentando e pressionando índices de preços. Na quinta, o Banco Central Europeu (BCE) deve tomar nova decisão sobre os juros por lá.

Na tentativa de conter os avanços de preços de energia que tem comprometido famílias e indústrias no continente alguns países têm se movimentado para suavizar esse impacto.

Recentemente Suíça, Finlândia e Alemanha anunciaram créditos às empresas de energia, garantindo que, ao menos, a operação se mantenha.

No Reino Unido Liz Truss, a nova Primeira-Ministra também prepara medida de apoio ao setor para custear a alta recente nos preços de energia. Em sua primeira ação oficial, a expectativa é que o pacote de auxílios chegue a 40 bilhões de libras.

Mercado Interno

O Ibovespa, mais uma vez foi na contramão do exterior e encerrou o dia de ontem em alta, dessa vez de 1,21%.

Por aqui, o cenário de otimismo que tomava conta dos mercados pode ser afetado por discurso mais hawkish de Campos Neto na noite de ontem.

Investidores que precificavam o fim dos aumentos de juros por aqui, devem ajustar o apetite ao risco, com o Presidente do Banco Central indicando um possível aumento no próximo encontro do Copom.

Com isso, o rali mais recente de nossa bolsa pode sofrer um revés temporário.

Análise técnica Ibovespa

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O Ibovespa, pelo gráfico diário, vem fazendo topos e fundos descendentes porém sem muita força.

Isto é, não está mostrando uma queda significativa. Para uma expectativa mais positiva, é necessário que o índice supere os 112.670 pontos.

Entretanto, para anular a leve tendência de baixa que se encontra no curto prazo, o IBOV deve buscar superar os 114.155 pontos.

Isso aumentaria a expectativa da retomada de tendência de alta no médio prazo.

Caso o índice perca os 110.865 pontos, amenta-se a expectativa negativa, em que estaria confirmando um topo no gráfico diário.

Dessa forma, um nível mais importante abaixo seria os 108.215 pontos.

Mercado Externo

Nos EUA as bolsas permaneceram fechadas nas comemorações do Dia do Trabalho.

Por lá, as perspectivas seguem as mesmas, com novo aumento de juros mais agressivo no horizonte de curto prazo, é difícil enxergamos um cenário mais positivo para os mercados de ações norte-americanos.

Análise técnica S&P500

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Apesar do feriado nos EUA ontem, e o S&P500 ter ficado fechado, vamos fazer uma análise do gráfico no curto prazo, já que ontem a análise feita foi para médio prazo (gráfico semanal).

Considerando o gráfico diário, o S&P500 se encontra em um nível de preço importante. Em que a perda dos 3.900 pontos aumenta a expectativa negativa.

Falando sobre as retrações de Fibonacci, o índice já teria perdido o último nível (nos 3.952 pontos), isto é, aumenta-se a expectativa negativa. Onde o próximo nível importante mais abaixo seria os 3.720 pontos.

Já para anular a tendência de baixa em que se encontra no curto prazo, o índice deve buscar os 4.200 pontos.

Commodities

O minério de ferro fechou essa madrugada em queda em Singapura. O cenário para o minério também continua sem grandes alterações.

O Governo chinês anunciou redução nos depósitos compulsórios para os bancos no país, o que deve ser interpretado como nova rodada de estímulo para a economia do país e pode contribuir para estabilização do preço da commodity.

O petróleo opera em queda forte nessa manhã de terça-feira. Perspectivas de desaceleração das economias globais e consequente degradação da demanda voltaram a pesar, com investidores decepcionados com a redução de produção anunciada pela Opep+.

O grupo produtor anunciou ontem após encontro pela manhã, que cortaria a produção em 100 mil barris por dia a partir de outubro.

O corte não agradou pela magnitude, por se tratar de uma redução marginal na produção e que não deve ter impacto suficiente para movimentar o preço da commodity, ou garantir a tão desejada estabilização de preço ventilada pela Arábia Saudita.

Análise técnica petróleo

O petróleo, pelo gráfico diário, está com uma expectativa negativa por ter buscado os USD 91,58/barril nos últimos dias.

Após isso, o ativo apresentou um movimento de correção indo buscar a média móvel de curto período.

Além disso, a perda dos USD 93,82/barril aumenta essa expectativa negativa, indicando maior probabilidade em buscar patamares mais abaixo.

O próximo nível importante mais abaixo está em USD 86,59/barril. Para que esse cenário mude, o ativo deve buscar os USD 102,60/barril, onde anularia a tendência de baixa que se encontra no curto prazo.

Analistas responsáveis

Dalton Vieira – Analista CNPI-T

  • + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
  • Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
  • Credenciado pela Apimec desde 2010;

    Desenvolvedor do método DV de investimentos.

Henrique Tavares – Analista CNPI

  • Analista CNPI (CNPI EM-3176);
  • Credenciado pela Apimec;
  • Formado em Engenharia;
  • Aeronáutica pela Universidade Federal Uberlândia (UFU).

Disclaimer

De acordo com a Resolução CVM nº 20, de 25 de fevereiro de 2021, Art. 21º, declaro que as análises realizadas neste relatório refletem única e exclusivamente a opinião dos autores, e foram elaboradas de forma independente e autônoma.

De acordo com o art. 21 da ICVM 598/18, caso o Analista esteja em situação que possa afetar a imparcialidade do relatório ou que configure ou possa configurar conflito de interesse, este fato deverá estar explicitado no campo “Conflitos de Interesse” deste relatório.

As informações, estimativas e projeções contidas neste relatório referem-se à data de publicação e estão sujeitas a mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal alteração.

As plataformas usadas para realização deste relatório são Bloomberg e Profit (Nelogica), além de portais de notícias nacionais e internacionais devidamente identificados quando utilizados.

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A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.

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