O Ibovespa recua -0,14%, refletindo incerteza fiscal e cautela internacional

O Ibovespa recuou levemente nesta terça-feira (-0,14% aos 127.700 pontos), refletindo um cenário de incerteza fiscal e cautela internacional, que manteve o índice em um dia de variação contida entre 127,4k e 128,2k pontos.

O desempenho foi afetado pela queda de ações de grandes bancos e mineradoras, como Itaú (-1,20%) e Vale (-2,27%), enquanto Petrobras ajudou a limitar perdas com altas de 0,97% (ON) e 1,88% (PN).

O mercado segue atento ao pacote de cortes de gastos do governo, cuja divulgação deve ocorrer apenas na próxima semana, após o encontro do G20. Nos EUA, a valorização dos Treasuries e a força do dólar continuam a impactar ativos emergentes.

Dólar

O Dólar apresentou uma leve alta (+0,03% a R$ 5,77), apesar das pressões externas que favorecem a moeda americana.

O índice DXY, que mede o comportamento do Dólar frente a uma cesta de moedas fortes, atingiu seu maior nível desde maio, sustentado pela perspectiva de políticas econômicas protecionistas nos EUA e pela cautela em relação às condições fiscais do Brasil.

No entanto, a falta de definição do pacote fiscal mantém a moeda sob pressão, com o real permanecendo desvalorizado, acompanhando a depreciação de outras moedas emergentes.

Curva de juros

O mercado de juros futuros registrou mais um dia de alta, pressionado pela ata do Copom e pela falta de avanços no pacote fiscal.

O DI para janeiro de 2026 subiu para 13,18%, enquanto o DI para janeiro de 2029 fechou em 13,16%. A ata do Copom reforçou o tom "hawkish", com o mercado agora precificando uma Selic terminal de 14%, dado o cenário externo e as incertezas fiscais.

O aumento dos rendimentos dos Treasuries nos EUA, em meio à expectativa de medidas inflacionárias do governo Trump, contribuiu para essa pressão na curva local.