Primeiros passos para sair das dívidas

analises

Primeiros passos para sair das dívidas

15 mai 2024Última atualização: 12 junho 2024

Igor BarbosaIgor Barbosa

Nos últimos dias tenho pensado sobre as emoções que cercam o labirinto das dívidas: ansiedade, vergonha, angústia, tristeza ou medo. Tudo isso relacionado à recorrência dos meus erros com finanças pessoais.

Ainda não sou o maior especialista sobre o assunto, mas a ideia é compartilhar o meu processo para manter a organização financeira.

Hoje, entendo que o que mais me afasta dos meus sonhos é o relacionamento “tóxico” com gastos. Sei como fazer um planejamento financeiro, mas o grande problema é aplicar durante os dias planejados.

Série "Como ficar rico"

Depois do meu primeiro artigo, "Dívidas: um labirinto sem saída?", uma colega de trabalho me indicou a séria documental “Como ficar rico”, disponível na Netflix. Nela, Ramit Sethi, escritor americano, ajuda pessoas de diferentes contextos a alcançarem a riqueza.

O que mais me chamou a atenção é como Ramit apoia os participantes a entenderem o que realmente é uma “vida rica” para eles, já que esse conceito muda de pessoa para pessoa. Pensar sobre isso me trouxe clareza de um sentimento que eu tinha sempre que estudava sobre finanças.

Muitas fórmulas prontas que encontramos na internet sobre o assunto não são aplicáveis a todas as pessoas. No documentário, existem pessoas de realidades diferentes e cada uma delas tem um conceito diferente de “vida rica”. Assim, Ramit as ajuda a organizar as ideias na busca deste objetivo.

Um exemplo para esclarecer o conceito é: para algumas pessoas, tomar café todos os dias em uma padaria faz parte de uma vida rica e as deixa felizes. Para outras, usar o dinheiro do café para comprar jogos de videogame é o que define uma vida rica.

O principal fator das finanças precisa ser o autoconhecimento, entender nossas emoções, sejam elas de ansiedade, medo ou de felicidade. Cada pessoa tem as suas.

série-como-ficar-rico_its-money
Cena da série "Como ficar rico", da Netflix.

Primeiros passos para organizar as dívidas

Primeiramente, pegue um bloco de notas físico, caso não tenha familiaridade com programas de planilhas, e anote todos os gastos que você teve nos últimos três meses. Separe-os por categorias.

A seguir, veja algumas categorias que utilizei:

  • aluguel;
  • condomínio;
  • água e gás;
  • internet;
  • luz;
  • terapia;
  • academia;
  • nutricionista;
  • supermercado;
  • carro de aplicativo;
  • alimentação e delivery;
  • roupa;
  • cabeleireiro;
  • sair com amigos;
  • viagens;
  • outros gastos e serviços bancários.

Dicas

Evite colocar os gastos de cartão de crédito em uma categoria chamada “cartão de crédito” isso me ajuda a ter mais clareza dos meus gastos.

No meu caso, analiso compra por compra, tanto no crédito, quanto no débito, e coloco-as em grupos distintos.

Além disso, uso a categoria “saída com amigos” para registrar todos os gastos com encontros com amigos que faço, geralmente incluo bares e restaurantes.

Também separo as refeições que não compro no mercado e colocando-as no grupo “alimentação e delivery”.

Já na área de “serviços bancários”, coloco separados os juros que pago por atrasar contas, cartões de crédito, juros de cheque especial. Assim, percebi que gasto bastante – sem perceber – com essa categoria.

Seguindo o conceito do documentário da Netflix, está tudo bem gastar em almoços com amigos durante a semana, mas não está nada bem gastar com juros sem perceber.

Mas só com essa separação, fica muito mais claro onde estão os grandes rombos no orçamento, para onde o dinheiro escorre e a gente acaba não percebendo.

Provisionamento de valores

Depois de anotar os três últimos meses, vamos anotar os meses à frente, incluindo compras parceladas, aluguel e outros gastos que você sabe que terá.

Eu gosto de provisionar alguns valores, deixar previsto o quanto vou gastar. Por exemplo, uma viagem que estou planejando ou as “saída com os amigos” que deixo anotadas com a média de valores.

Para facilitar, fiz meu planejamento até o final de 2024 e coloquei como meta pessoal revisar os gastos a cada 15 dias.

Acredito que o mundo ideal seja revisar semanalmente. Porém, já percebi que não vou conseguir seguir e posso acabar me frustrando se colocar uma meta muito agressiva.

Dívidas

Com o planejamento mensal redondo, é hora de olhar para as dívidas em aberto e atrasadas.

Em outro bloco de notas, anote todas as dívidas que você tem, desde financiamento de imóvel, empréstimos bancários, contas e parcelas atrasadas.

O valor total das dívidas e dos juros irá assustar, mas lembre-se que com planejamento e execução é possível sair do labirinto.

Olhando para as anotações dos gastos mensais e das dívidas, vamos estabelecer um valor mensal para ser pago.

Caso os seus ganhos não sejam suficientes para ter um valor mensal, vamos precisar partir para aumentá-los com renda extra e diminuir os gastos.

Mas vamos falar mais sobre isso nos próximos artigos, quero me aprofundar no planejamento e priorização para pagamento das dívidas.

Te espero lá!

Igor Barbosa

Igor Barbosa

Jornalista, criador de conteúdo e apaixonado por comunicação.

Saber mais

Gostou do conteúdo?

Queremos sempre melhorar a experiência a sua experiência. Se puder, dê uma forcinha para o time de redação e conte o que você achou da edição de hoje.

O que achou deste conteúdo?

  • Ruim
  • Ótimo
As melhores análises do mercado

Receba em primeira mão as melhores análises do mercado financeiro diretamente em sua caixa de entrada. Nossa newsletter oferece insights exclusivos, tendências e perspectivas sobre o mercado.

Deixe-me ler primeiro uma amostra