Índice de Preços ao Produtor (IPP) cai 0,54% em novembro, diz IBGE
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Índice de Preços ao Produtor (IPP) cai 0,54% em novembro, diz IBGE
4 jan 2023•Última atualização: 21 junho 2024
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 0,54% em novembro, informou nesta quarta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O acumulado no ano chegou a 4,47% e o acumulado em 12 meses, a 4,39%. Em novembro, 9 das 24 atividades investigadas apresentaram variações positivas de preço ante outubro.
Período | Taxa (%) |
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Novembro de 2022 | -0,54 |
Outubro de 2022 | -0,86 |
Acumulado no ano | 4,47 |
Acumulado em 12 meses | 4,39 |
Novembro de 2021 | 1,46 |
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).
Índice de Preços ao Produtor, segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Seções, Brasil, últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Seções | Variação (%) | ||||||||
M/M?? | Acumulado no Ano | M/M??? | |||||||
Set/2022 | Out/2022 | Nov/2022 | Set/2022 | Out/2022 | Nov/2022 | Set/2022 | Out/2022 | Nov/2022 | |
Indústria Geral | -1,89 | -0,86 | -0,54 | 5,95 | 5,03 | 4,47 | 9,84 | 6,49 | 4,39 |
B - Indústrias Extrativas | -3,82 | -3,44 | -1,65 | 4,50 | 0,90 | -0,76 | -15,48 | -16,56 | -13,43 |
C - Indústrias de Transformação | -1,79 | -0,73 | -0,48 | 6,02 | 5,25 | 4,74 | 11,53 | 7,95 | 5,44 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas |
Em novembro de 2022, os preços da indústria caíram 0,54% frente a outubro. Nove das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações positivas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 12 atividades haviam apresentado maiores preços médios em outubro em relação ao mês anterior.
As quatro maiores variações foram em outros produtos químicos (-4,41%); fumo (2,38%); perfumaria, sabões e produtos de limpeza (2,04%); e impressão (1,95%).
Outros produtos químicos foi o setor industrial de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação entre os preços de novembro e os de outubro. A atividade foi responsável por -0,41 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de -0,54% da indústria geral. Ainda nesse quesito, outras atividades que também sobressaíram foram alimentos, com -0,17 p.p. de influência, refino de petróleo e biocombustíveis (0,12 p.p.) e indústrias extrativas (-0,08 p.p.).
O acumulado no ano atingiu 4,47%. Em novembro de 2021, esse índice estava em 28,55%. O valor da taxa acumulada no ano até este mês de referência é o quarto menor já registrado para um mês de novembro desde o início da série histórica, em 2014. Entre as atividades que, em novembro de 2022, tiveram as maiores variações no acumulado no ano, podem ser destacadas: papel e celulose (19,47%), impressão (18,07%), refino de petróleo e biocombustíveis (17,50%) e bebidas (16,80%). Na composição do resultado agregado da indústria, na perspectiva deste mesmo indicador (acumulado no ano), as principais influências foram registradas em refino de petróleo e biocombustíveis (1,95 p.p.), alimentos (1,12 p.p.), outros produtos químicos (-0,96 p.p.) e metalurgia (-0,78 p.p.).
O acumulado em 12 meses foi de 4,39%, ante 6,49% em outubro. Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de novembro com o mesmo mês do ano anterior foram: impressão (19,68%); bebidas (17,53%); papel e celulose (17,34%); e fabricação de máquinas e equipamentos (16,41%). No resultado agregado, a maior influência foi exercida por refino de petróleo e biocombustíveis (1,77 p.p.); alimentos (1,62 p.p.); metalurgia (-1,02 p.p.); e indústrias extrativas (-0,75 p.p.).
A variação de preços de -0,54% em relação a outubro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,47% em bens de capital; -0,86% em bens intermediários; e -0,20% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,41%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de -0,32%.
A principal influência dentre as Grandes Categorias Econômicas foi exercida por bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 57,83% e respondeu por -0,50 p.p. da variação de -0,54% nas indústrias extrativas e de transformação.
Completam a lista, bens de consumo (-0,07 p.p.) e bens de capital (0,03 p.p.). No caso de bens de consumo, a influência observada em novembro se divide em 0,02 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e -0,09 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
Índice de Preços ao Produtor, variação segundo as Indústrias Extrativas e de Transformação (Indústria Geral) e Grandes Categorias Econômicas, Brasil, últimos três meses | |||||||||
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Indústria Geral e Grandes Categorias Econômicas | Variação (%) | ||||||||
M/M?? | Acumulado no Ano | M/M??? | |||||||
Set/2022 | Out/2022 | Nov/2022 | Set/2022 | Out/2022 | Nov/2022 | Set/2022 | Out/2022 | Nov/2022 | |
Indústria Geral | -1,89 | -0,86 | -0,54 | 5,95 | 5,03 | 4,47 | 9,84 | 6,49 | 4,39 |
Bens de Capital (BK) | 0,58 | 0,79 | 0,47 | 9,53 | 10,40 | 10,92 | 14,84 | 13,64 | 12,85 |
Bens Intermediários (BI) | -2,35 | -1,69 | -0,86 | 5,69 | 3,90 | 3,01 | 10,21 | 5,16 | 2,53 |
Bens de Consumo (BC) | -1,60 | 0,19 | -0,20 | 5,68 | 5,89 | 5,67 | 8,26 | 7,35 | 5,91 |
Bens de Consumo Duráveis (BCD) | 0,30 | 0,29 | 0,41 | 6,57 | 6,88 | 7,32 | 9,57 | 8,41 | 8,13 |
Bens de Consumo Semiduráveis e Não Duráveis (BCND) | -1,96 | 0,18 | -0,32 | 5,51 | 5,69 | 5,36 | 8,01 | 7,15 | 5,48 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coord. de Estatísticas Conjunturais em Empresas |
No acumulado no ano a variação foi de 10,92% no caso de bens de capital; 3,01% em bens intermediários; e 5,67% em bens de consumo - sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 7,32%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 5,36%.
Bens de capital foi responsável por 0,75 p.p. dos 4,47% verificados na indústria geral até novembro deste ano. Bens intermediários respondeu por 1,76 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de 1,96 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,41 p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e 1,55 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 12,85% em novembro de 2022. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 2,53% neste intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de 5,91%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 8,13% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 5,48%.
No que diz respeito às influências no resultado agregado, com peso de 34,88% no cálculo do índice geral, bens de consumo foi responsável por 2,03 p.p. dos 4,39% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de novembro de 2022, houve, ainda, influência de 1,49 p.p. de bens intermediários e de 0,87 p.p. de bens de capital. O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,45 p.p. por bens de consumo duráveis e em 1,58 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, este último com peso de 83,58% no cômputo do índice daquela grande categoria.
Indústrias extrativas: pelo sexto mês consecutivo (e a sétima vez no ano), os preços do setor tiveram variação negativa na comparação com o mês imediatamente anterior, -1,65%. Com isso, o acumulado no ano ficou em -0,76%, o primeiro resultado negativo nessa perspectiva desde abril de 2020 (-4,00%). Comparado ao acumulado no ano em novembro de 2021, a diferença é expressiva; em 2021, os preços cresceram até novembro 30,49%. Por fim, -13,43% foi a variação na comparação entre novembro de 2022 e novembro de 2021, novamente sexto resultado negativo consecutivo, mas o nono observado neste ano.
Alimentos: pelo quarto mês consecutivo, a comparação de preços de um mês, no caso novembro, contra o anterior resultou em uma variação negativa (-0,70%). Com isso o acumulado no ano ficou em 4,72% (em novembro de 2021, estava em 16,13%). Já o acumulado em 12 meses ficou em 7,00%, o menor resultado desde outubro de 2019 (4,89%). Esses recuos dos preços observados desde agosto de 2022, levaram o número-índice a 178,47, que estaria entre aqueles observados nos meses de março (175,95) e abril (179,84). Em termos de influência, o setor teve a segunda mais intensa nos três indicadores calculados: -0,17 p.p., em -0,54% (em relação a outubro); 1,12 p.p., em 4,47% (acumulado no ano); e 1,62 p.p., em 4,39% (em 12 meses).
Refino de petróleo e biocombustíveis: depois de três meses consecutivos com variações negativas de preços, na passagem de outubro para novembro, a variação voltou ao campo positivo (1,01%, a menor do ano). Com isso, o acumulado avançou de 16,33%, em outubro, para 17,50%, em novembro, resultado abaixo daquele observado em novembro de 2021 (72,34%). Em 12 meses, a variação foi de 15,69%, a menor desde janeiro de 2021 (-1,22%). Vale dizer que, nessa perspectiva, está se comparando os preços com novembro de 2021, quando então os preços haviam variado 81,50% em relação a novembro de 2020.
O setor teve a terceira mais intensa variação positiva no acumulado no ano, e, em termos de influência, foi a terceira e a única positiva na comparação com o mês anterior (0,12 p.p., em -0,54%) e a primeira no acumulado no ano (1,95 p.p., em 4,47%) e no acumulado em 12 meses (1,77 p.p., em 4,39%).
Outros produtos químicos: em novembro, a indústria química foi a principal responsável pela quarta variação negativa percebida no IPP, na comparação entre o mês de referência e o imediatamente anterior. Com preços -4,41% menores que os praticados em outubro, o setor exerceu a maior influência sobre o resultado geral da indústria: -0,41 p.p. A taxa de -4,41% também é destaque, por ter sido a mais intensa (e a única com sinal negativo) dentre as maiores variações absolutas percebidas nos setores investigados.
Na comparação com outubro, o setor mantém uma sequência de reduções nos preços na porta da fábrica que se iniciou em julho deste ano e acumula desde então uma queda de 16,29%. Fatores importantes em explicar a deflação setorial nos últimos meses continuaram sendo percebidos, com destaque para a redução dos preços dos insumos fertilizantes básicos no mercado global e do preço da nafta, que por seu turno, acompanha a trajetória do preço internacional do barril de petróleo.
Metalurgia: na comparação novembro contra outubro, a variação de preços da atividade foi de -0,88%, oitavo resultado negativo no ano, sendo o sexto consecutivo. Desta forma, o setor acumulou uma variação de -10,83% no ano e de -13,75% nos últimos 12 meses. Entre dezembro de 2018 (base da amostra atual) e novembro de 2022, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 67,02%, valor próximo ao do Indicador geral do IPP para o mesmo período (68,51%).
O setor se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a quarta maior influência no resultado acumulado do ano (com -1,78 p.p. em 4,47% da Indústria Geral) e a terceira maior influência em 12 meses (-1,02 p.p. em 4,39%).
Fonte: IBGE
Redação It's Money
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