Expectativa dos juros da Selic no Brasil

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Expectativa dos juros da Selic no Brasil

24 mar 2023Última atualização: 21 junho 2024

Roberto Simioni NetoRoberto Simioni Neto

A cada mês que avançamos no calendário, o peso do ano de 2024, fica maior do que o ano de 2023, no horizonte relevante do Banco Central. No parágrafo 6, da Ata do Copom, da última reunião, publicado em fevereiro de 2023, o Comitê optava por dar ênfase a uma possível redução de juros no 3Q24 considerando uma inflação projetada acumula próximo ao centro da meta (3%).

Nestes últimos 45 dias, como destacado no "statement" de ontem, o ambiente externo se deteriorou a partir dos episódios ocorridos em bancos na América e Europa, o que levou a incerteza e volatilidade de mercados.

Internamente, os indicadores de atividade econômica até o momento seguem colaborando com uma moderada desaceleração, mas a incerteza do arcabouço fiscal e os impactos sobre a trajetória da dívida pública ainda deixam dúvidas e o risco de uma alteração na meta de inflação dos atuais 3% para 4,5% para os anos de 2024-2025 e 2026, provocam uma desancoragem das expectativas de inflação.

Soma-se a isso, a reoneração dos impostos dos combustíveis e o aumento dos salários, tornando factível a opção do Banco Central diante deste cenário, manter a Selic em 13,75% ganhando tempo para a próxima reunião do Copom, para compreender melhor os aspectos envolvendo a economia americana, as questões inflacionárias que envolvem a economia local e os efeitos do arcabouço fiscal prometido.

Deste modo, o Banco Central ao que tudo indica, continua focado em controlar a inflação e não em promover a retomada da atividade econômica.

Uma dúvida persiste: Caso ocorra uma alteração por parte do Conselho Monetário Nacional quanto à meta de inflação nos próximos três anos, passando de 3% para 4,5%, pontualmente poderia se induzir uma queda da Selic para dentro do 2o semestre de 2023 momentaneamente favorecendo a atividade econômica,  porém, isso pode provocar eventual descontrole da inflação no tempo, levando novamente o Banco Central a aumentar os juros mais intensamente e até em patamares superiores, ali podendo permanecer até dez/2024* (término do mandado de Roberto Campos - presidente atual do Banco Central), ou seja, transformando o "shape" da curva Selic no formato de uma "raiz quadrada".

Assim mantemos nossa visão de uma Selic a 13,75% até o 3Q24.

(*)considerando que sua gestão não sofra impeachment

Roberto Simioni

Possui mais de 25 anos de experiência na área de investimentos on e offshore, tendo atuado em Seguradoras (AIG e AGF-ALLIANZ), e Instituições Financeiras Nacionais (Itaú) e Internacionais (LLOYD'S, DEUTSCHE BANK, HSBC e CITIBANK) desenvolvendo serviços de Consultoria de Investimentos.

Atua como consultor e economista-chefe junto aos clientes estratégicos da Blue 3 investimentos.

Graduado em Administração de Empresas
Pós Graduado em Engenharia de Produção
Pos Graduado em Mercado de Capitais
M.B.A. em Engenharia Financeira
Mestrado em Economia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

É Certificado como Analista de Investimentos Profissional – CNPI (APIMEC);
Especialista de Investimentos certificado CEA (ANBIMA);
Consultor de Investimentos registrado na CVM
Planejador Financeiro Certificado CPF (Certified Financial Planner).

Roberto Simioni Neto

Roberto Simioni Neto

Mestre em economia pela pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mais de 25 anos de experiência na área de investimentos on e offshore. Certificações CNPI, CEA, CPF. Economista-chefe na Blue3 Investimentos.

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