Lucro da Azul (AZUL4) sobe 74,5% no 4T23, a R$ 403,3 mi

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Lucro da Azul (AZUL4) sobe 74,5% no 4T23, a R$ 403,3 mi

28 mar 2024Última atualização: 12 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money
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A Azul (AZUL4) reportou lucro líquido de R$ 403,3 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), um avanço de 74,5% em relação ao mesmo período de 2022. 

Além disso, o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) aumentou 33,7%, para R$ 1,5 bilhão no 4T23, com uma margem de 29,2%.

A empresa ainda divulgou que o prejuízo líquido em termos ajustados foi de R$ 270,6 milhões nos últimos três meses de 2023, valor 55,7% inferior ao visto no 4T22.

Receita

Segundo a leitura da casa de análise DVinvest, a receita da Azul foi de R$ 6,7 bilhões em 2016 e R$ 18,6 bilhões em 2023, já atingindo um patamar superior ao que veio antes da pandemia.

"O crescimento médio durante o período foi de 15,7% ao ano. Em 2023, a receita apresentou 16,3% de crescimento, em linha com a média histórica", explica a casa de análise.

Ademais, a DVinest ainda analisa algumas métricas são importantes no setor de aviação. Por exemplo, o RASK (receita por assento por km), que aumentou 6,1% em relação ao mesmo trimestre de 2022.

Por outro lado, o CASK (custo por assento por km) reduziu 0,9% no mesmo período, o que sinaliza uma melhora na eficiência da empresa. 

"Toda a queda nos custos se deu por um combustível mais barato. Dessa forma, caso esse fator seja isolado, os custos teriam aumentado 14,7%, o que é bastante negativo, pois simboliza um aumento em uma proporção maior do que a receita", sinaliza a DVinvest.

Custos e despesas

Ainda de acordo com a casa de análise, os custos e despesas da Azul estão reduzindo, "mas ainda acima do que eram antes da pandemia, fruto especialmente de arrendamentos mais caros pagos nas aeronaves, com o ano de 2023 encerrando em 104,1% de custos e despesas".

Dívidas

Por fim, a DVinvest considera que a empresa está bastante endividada."Ela possui cerca de R$ 23,2 bilhões em dívidas e R$ 1,9 bilhão em caixa. Dessa forma, são R$ 21,3 bilhões de dívida líquida, que representam cerca de 81,2% do valor total, um patamar bem alto e preocupante", conclui.

Resultado trimestral Azul (AZUL4)

A seguir, confira os principais destaques do resultado trimestral Azul (AZUL4):

  • Ebitda: aumento de 33,7% para R$1,5 bilhão, representando uma margem de 29,2%. No acumulado do ano, o EBITDA aumentou 61,4%, atingindo R$5,2 bilhões e uma margem de 27,9%;
  • Lucro operacional: avanço de 68,3% para R$883,2 milhões, representando uma margem de 17,6%, 5,8 pontos percentuais a mais em relação ao 4T22;
  • Receita operacional: crescimento de 13,0%, atingindo um recorde de R$5,0 bilhões, principalmente devido a um aumento robusto na receita de passageiros.
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Confira a tabela com os principais resultados da Azul no 4T23. Acesse o release completo no site da empresa.

Análise de resultado Azul (AZUL4)

"Operacionalmente, o RASK (receita por assento/km) teve um crescimento maior do que o CASK (custo por assento/km). Por outro lado, esse efeito se deu totalmente por uma queda nos combustíveis, que se for isolado, teria feito o CASK crescer em um ritmo maior, algo preocupante", avalia Renato Reis, analista fundamentalista na DVinvest.

Para ele, a Azul ainda está operando com uma margem negativa, apesar de melhora desde 2020. "Porém, o volume de dívidas faz com que ela esteja em uma corrida contra o tempo. Então, prefiro ficar de fora até que a dívida seja reduzida de forma relevante", finaliza Reis.

Além da Azul (AZUL4), confira os resultados corporativos do 4T23 já divulgados pelas empresas.  

Histórico de resultados Azul (AZUL4)

Agora, confira o histórico de resultados da Azul (AZUL4), com um resumo dos principais números levantados no relatório da empresa, além da análise do especialista. Boa leitura!

Balanço corporativo AZUL4 (3T23)

A Azul (AZUL4) reportou, em seu release de resultados, que a receita operacional atingiu um recorde histórico para um segundo trimestre. Assim, totalizou R$4,3 bilhões, um aumento de 8,8% em relação ao 2T22 com tarifas 6,0% acima ano contra ano.

O Ebitda também alcançou um recorde para um segundo trimestre: de R$1,2 bilhão. O que significa um aumento de R$542,3 milhões ou 88,2% acima em comparação com o 2T22, gerando uma margem de 27,1%. Assim chegou a 11,4 pontos percentuais acima na comparação com o ano anterior.

Já o lucro operacional atingiu R$591,9 milhões no trimestre, um aumento de R$455,5 milhões comparado ao 2T22. Ou seja, representando uma margem de 13,9%, 10,4 pontos percentuais acima.

O tráfego de passageiros (RPK) aumentou 10,0% em um crescimento de capacidade de 8,4%, levando a uma taxa de ocupação de 80%, 1,2 ponto percentual acima em comparação com o 2T22.

A companhia também reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 566,8 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), montante 21,4% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.

Análise de resultado AZUL4 (2T23)

Na análise de Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, operacionalmente, a empresa é muito barata. “Mas, no caso dela, isso importa muito pouco devido a situação da dívida.”

Ainda segundo Renato, mesmo sem levar em conta os diversos arrendamentos que a empresa necessita para operar, ainda teria R$ 1,7 bi para serem pagos nos próximos 12 meses. “Sendo que ela tem R$ 650 mi no caixa e está apresentando prejuízo.”

Assim, levando em conta os arrendamentos, essa dívida de R$ 1,7 bi passa para R$ 6,3 bi e a situação fica ainda mais complexa.

“Esse é um papel que vai subir se a dívida ficar menos arriscada e vai cair se a dívida ficar mais problemática.” Por fim, mesmo com a renegociação das dívidas, que passaram boa parte dos pagamentos para 2028 e 2030, a empresa precisa reverter os prejuízos e começar a gerar caixa para que não incorra em ainda mais problemas no curto prazo.

Redação It's Money

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