Azul (AZUL4) tem prejuízo líquido de R$ 3,8 bilhões no 2T24
resultados-corporativos
Azul (AZUL4) tem prejuízo líquido de R$ 3,8 bilhões no 2T24
12 ago 2024•Última atualização: 12 agosto 2024
A Azul S.A. (AZUL4), uma das maiores companhias aéreas do Brasil, divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), revelando um prejuízo líquido de R$ 3,8 bilhões, depois de ganhos de R$ 23,9 milhões no mesmo trimestre de 2023.
No entanto, o EBITDA ajustado da companhia atingiu R$ 1,1 bilhão, uma queda de 9% em comparação aos R$ 1,15 bilhão registrados no 2T23. Mesmo com essa redução, a margem EBITDA da empresa se manteve em um dos patamares mais altos do setor, alcançando 25,2%.
Já a receita líquida da Azul totalizou R$ 4,17 bilhões no 2T24, representando uma queda de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa havia registrado R$ 4,27 bilhões.
Segundo a empresa, esse declínio na receita foi impactado principalmente pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul e pela redução temporária de capacidade internacional.
Confira abaixo outros destaques financeiros divulgados pela Azul:
Acesse o relatório completo no site da empresa.
Análise
Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, observa que o segundo trimestre foi operacionalmente desafiador para a Azul, especialmente devido ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram significativamente a receita da empresa.
"Por outro lado, a alta no preço do combustível e no dólar aumentou os custos operacionais, pressionando ainda mais os resultados", avalia Reis.
Reis também destaca que a dívida continua sendo o maior ponto de atenção para a companhia.
"A Azul está operando com prejuízos significativos e sem uma projeção clara de reversão desse cenário, o que é bastante grave", pondera.
Ele conclui afirmando que, até que a Azul consiga apresentar lucro operacional e reduzir seu endividamento, prefere "ficar de fora" do papel.
Confira outros resultados corporativos do 2T24 já divulgados pelas empresas.
Histórico de resultados Azul (AZUL4)
Agora, confira o histórico de resultados da Azul (AZUL4), com um resumo dos principais números levantados no relatório da empresa, além da análise do especialista. Boa leitura!
Balanço Azul 4T23
A Azul (AZUL4) reportou lucro líquido de R$ 403,3 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), um avanço de 74,5% em relação ao mesmo período de 2022.
Além disso, o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) aumentou 33,7%, para R$ 1,5 bilhão no 4T23, com uma margem de 29,2%.
A empresa ainda divulgou que o prejuízo líquido em termos ajustados foi de R$ 270,6 milhões nos últimos três meses de 2023, valor 55,7% inferior ao visto no 4T22.
Análise
"Operacionalmente, o RASK (receita por assento/km) teve um crescimento maior do que o CASK (custo por assento/km). Por outro lado, esse efeito se deu totalmente por uma queda nos combustíveis, que se for isolado, teria feito o CASK crescer em um ritmo maior, algo preocupante", avalia Renato Reis, analista fundamentalista na DVinvest.
Para ele, a Azul ainda está operando com uma margem negativa, apesar de melhora desde 2020. "Porém, o volume de dívidas faz com que ela esteja em uma corrida contra o tempo. Então, prefiro ficar de fora até que a dívida seja reduzida de forma relevante", finaliza Reis.
Balanço AZUL4 3T23
A Azul (AZUL4) reportou, em seu release de resultados, que a receita operacional atingiu um recorde histórico para um segundo trimestre. Assim, totalizou R$4,3 bilhões, um aumento de 8,8% em relação ao 2T22 com tarifas 6,0% acima ano contra ano.
O Ebitda também alcançou um recorde para um segundo trimestre: de R$1,2 bilhão. O que significa um aumento de R$542,3 milhões ou 88,2% acima em comparação com o 2T22, gerando uma margem de 27,1%. Assim chegou a 11,4 pontos percentuais acima na comparação com o ano anterior.
Já o lucro operacional atingiu R$591,9 milhões no trimestre, um aumento de R$455,5 milhões comparado ao 2T22. Ou seja, representando uma margem de 13,9%, 10,4 pontos percentuais acima.
Análise
Na análise de Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, operacionalmente, a empresa é muito barata. “Mas, no caso dela, isso importa muito pouco devido a situação da dívida.”
Ainda segundo Renato, mesmo sem levar em conta os diversos arrendamentos que a empresa necessita para operar, ainda teria R$ 1,7 bi para serem pagos nos próximos 12 meses. “Sendo que ela tem R$ 650 mi no caixa e está apresentando prejuízo.”
Assim, levando em conta os arrendamentos, essa dívida de R$ 1,7 bi passa para R$ 6,3 bi e a situação fica ainda mais complexa.
“Esse é um papel que vai subir se a dívida ficar menos arriscada e vai cair se a dívida ficar mais problemática.” Por fim, mesmo com a renegociação das dívidas, que passaram boa parte dos pagamentos para 2028 e 2030, a empresa precisa reverter os prejuízos e começar a gerar caixa para que não incorra em ainda mais problemas no curto prazo.
Redação It's Money
A redação do portal It’s Money é formada por um time de profissionais com ampla experiência editorial, com acompanhamento e revisão de jornalistas especializados.
Saber mais