Petrobras (PETR4) lucra R$ 32,6 bilhões no 3T24, alta de 22,3%
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Petrobras (PETR4) lucra R$ 32,6 bilhões no 3T24, alta de 22,3%
8 nov 2024
A Petrobras (PETR4) registrou um lucro líquido de R$ 32,6 bilhões no terceiro trimestre de 2024 (3T24), um aumento de 22,3% em relação ao mesmo período de 2023.
O resultado foi impulsionado pela redução de despesas operacionais e pela valorização cambial, compensando parcialmente a queda no preço do Brent e margens mais fracas no mercado de derivados.
A receita líquida totalizou R$ 129,6 bilhões, uma alta de 3,8% em comparação ao 3T23, refletindo o maior volume de vendas de petróleo e derivados.
O Ebitda ajustado somou R$ 63,7 bilhões no trimestre, uma queda de 3,8% em relação ao ano anterior, mas com destaque para a geração de caixa operacional de R$ 62,7 bilhões, um aumento de 11% na base anual.
“Apresentamos lucro líquido expressivo no trimestre, com uma forte geração de caixa e redução tanto da dívida financeira quanto da dívida bruta. Tudo isso em um cenário desafiador, de queda no preço do petróleo Brent. Além disso, no 3º trimestre realizamos investimentos de US$ 4,5 bilhões em projetos que garantirão o futuro da companhia. Nossos resultados mostram que estamos no caminho certo”, avalia Magda Chambriard, presidente da Petrobras.
Análise de resultado Petrobras 3T24
De acordo com Renato Reis, analista da DVinvest, a Petrobras apresentou resultados mistos no trimestre.
“A redução nas despesas operacionais ajudou a melhorar a rentabilidade da produção de petróleo, mas o segmento de Refino, Transporte e Comercialização enfrentou desafios, com aumento no custo de refino e queda nos preços de derivados”, afirmou o analista.
Reis destacou ainda que os números do 3T24 ficaram abaixo do esperado para o ano, mas as recentes quedas no preço da ação podem abrir boas oportunidades de entrada para investidores.
Confira aqui o calendário completo de resultados corporativos do 3T24.
Histórico de resultados PETR4
Agora, confira abaixo o histórico de resultados da Petrobrás (PETR4), com um resumo dos principais números levantados no relatório da empresa, além da análise do especialista. Boa leitura!
Resultado Petrobras 2T24
A Petrobras (PETR4) registrou um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), uma reversão significativa em relação ao lucro de R$ 28,7 bilhões obtido no mesmo período de 2023.
Segundo informações do relatório trimestral, o resultado foi impactado principalmente por despesas não recorrentes e variações cambiais, que geraram um cenário financeiro adverso para a empresa.
Além disso, o Ebitda ajustado da Petrobras no 2T24 foi de R$ 49,7 bilhões, representando uma queda de 12,3% em relação ao mesmo período de 2023, quando o Ebitda ajustado foi de R$ 56,7 bilhões.
De acordo com a Petrobras, a diminuição foi influenciada por margens menores em produtos como diesel e gasolina, além de custos elevados com importações e itens não recorrentes.
Já a receita líquida atingiu R$ 122,3 bilhões no 2T24, um aumento de 7,4% em comparação com os R$ 113,8 bilhões registrados no 2T23. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento das receitas de exportação, especialmente de petróleo, beneficiadas pela valorização do Brent em reais.
Análise
"O resultado foi feio na manchete, muito por conta de despesas tributárias não recorrentes e variações cambiais", observa Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest.
Ele destaca que, ao isolar esses efeitos, o resultado veio relativamente em linha com o esperado.
No entanto, Reis pondera que não gostou muito do operacional da empresa, "já que, mesmo com preços de venda subindo, a Petrobras reduziu sua rentabilidade ajustada, fruto de perdas de eficiência".
Além disso, o analista destaca que os demais fatos relevantes, como o adiamento dos dividendos extraordinários e a revisão positiva na projeção de capex, "devem trazer um peso grande para a ação, pois afetam diretamente os dividendos pagos".
Além da Petrobras, confira os resultados corporativos do 2T23 já divulgados pelas empresas.
Balanço Petrobras 3T23
No quarto trimestre de 2023 a Petrobras (PETR4) reportou um lucro líquido de R$ 31 bilhões, comparado a R$ 26,6 bilhões registrados no 3T23.
De acordo com o release emitido pela petroleira, “esse resultado é explicado principalmente pelo aumento das margens de derivados e dos volumes de óleo. Por outro lado, as despesas operacionais aumentaram, principalmente devido a maiores gastos com impairment e abandono de áreas. Observamos também um resultado financeiro mais favorável, principalmente devido à valorização do real frente ao dólar. Além disso, o imposto de renda apurado foi menor”.
Ainda, neste 4T23, o lucro líquido foi impactado negativamente em R$ 9,9 bilhões, devido a despesas com a despesas impairment e abandono de áreas, embora parcialmente compensado pelo efeito líquido na apuração do imposto de renda.
No entanto, o EBITDA Ajustado sofreu um impacto negativo de R$ 7,4 bilhões, principalmente devido às despesas com abandono de áreas. Excluindo esse efeito, teria atingido R$ 74,3 bilhões no 4T23.
Análise
O analista fundamentalista da DVinvest Renato Reis, que faz análises dos resultados corporativos para o It’s Money, diz que o resultado veio melhor do que o terceiro trimestre em termos de receita.
O analista avalia isso como fruto de um aumento na produção da companhia, além de um encarecimento nos combustíveis, que ajudou nos faturamentos do diesel e da gasolina.
“A margem também me surpreendeu positivamente por estar se mantendo em um patamar alto dado o histórico da companhia e creio que o preço justo deva aumentar para cada trimestre que ela tenha um desempenho semelhante ao atual”, complementa.
Além da Petrobrás (PETR4), confira os resultados corporativos do 4T23 divulgados pelas empresas.
Balanço PETR4 3T23
No 3T23, a Petrobras (PETR4) reportou um lucro líquido de R$ 26,6 bilhões, número menor do que os R$ 46,1 bilhões do mesmo período do ano passado, configurando uma queda de 42,2%.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 66,2 bilhões.
“O aumento das receitas no 3T23 em comparação com o 2T23 é explicado, em grande medida, pela valorização de 11% do Brent e por maiores volumes de vendas de derivados no mercado interno e de exportações de petróleo”, explicou a empresa que teve receita de vendas em R$ 124,8 bilhões, queda de 26,6% no ano. Na base trimestral, no entanto, houve alta de 11%
“No 3T23, a receita com derivados no mercado interno aumentou em decorrência, principalmente, dos maiores volumes de vendas, com destaque para o diesel. Este efeito foi parcialmente compensado por menores volumes de vendas de gasolina, que perdeu participação em relação ao etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex. Durante o 3T23, os principais produtos comercializados continuaram sendo o diesel e a gasolina, equivalentes a aproximadamente 75% da receita com a venda de derivados no mercado interno”, completou a empresa.
Análise
O analista fundamentalista da DVinvest Renato Reis, que faz análises dos resultados corporativos para o It’s Money, diz que esperava um resultado pior. “Especialmente nas margens de lucro, que surpreenderam positivamente após a alta do petróleo. Além disso, o governo continua seguindo a PPI, o que ajudou na margem dos combustíveis para o mercado interno, mantendo-a em um patamar muito bom”, diz.
Ainda de acordo com ele, caso continue assim, a ação tem potencial para subir ainda mais, próxima a um patamar de R$ 50. “Porém, eu prefiro ser conservador, no geral, e supor cenários um pouco mais pessimistas para a empresa, evitando surpresas negativas.”
Renato explica que, geralmente, o mercado é mais otimista com a empresa. “Então, pode ser que o resultado tenha decepcionado as expectativas.”
Balanço PETR4 1T23
No 2T23, a receita líquida da Petrobras (PETR4) caiu 18% em relação ao 1T23. Isso porque, em grande parte, houve a uma desvalorização de 4% do Brent, bem como a redução de mais de 40% nos crack spreads internacionais de diesel, além de menores receitas com exportações.
Por outro lado, segundo comunicado da empresa divulgado no dia 3 de agosto, a receita com derivados no mercado interno caiu 13% no 2T23 em decorrência da redução média de 17% nos preços de derivados, acompanhando a queda de preços internacionais.
"Este efeito foi parcialmente compensado por maiores volumes, com destaque para a maior competitividade da gasolina frente às principais alternativas de suprimento dos nossos clientes", explicou a empresa. De acordo com a empresa, a redução das receitas de gás natural deveu-se principalmente a menores preços, como consequência de reajustes contratuais com as distribuidoras a partir de maio de 2023.
Análise
Renato Reis, analista fundamentalista da DVinvest, diz que o resultado veio com uma queda relevante na receita em relação a 2022. Isso devido às quedas nos preços do petróleo, gás, gasolina e diesel, que estão voltando para seus patamares históricos.
“A margem reduziu também, o que era esperado devido à queda na receita. Já que, boa parte dos custos da empresa crescem de forma linear e não variam junto com a commodity”, explicou.
Por fim, o analista diz que o resultado do 3T vai realmente dar a cara para a empresa, “pois ela está abaixo do PPI há algum tempo e de modo relevante, só então teremos uma ideia de como será o futuro da empresa.”
Redação It's Money
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