O que é transição energética? Descubra!

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O que é transição energética? Descubra!

15 jan 2025

Ana Claudia PivaAna Claudia Piva
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Você sabe o que é transição energética? Bom, imagine um mundo no qual a energia que usamos no dia a dia - desde carregar o celular até abastecer o carro - vem de fontes limpas e sustentáveis. Pois bem: isso não é apenas um sonho distante, mas uma realidade em construção. Ou seja, é a transição energética.

Nos últimos anos, o tema ganhou destaque pela urgência em reduzir emissões de carbono e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Afinal, garantir um futuro sustentável não é mais uma escolha, mas uma necessidade.

No entanto, você já parou para pensar no que essa transição realmente significa? E, mais importante, como ela afeta nossa vida, a economia e até mesmo as oportunidades de investimento?

Neste artigo, vamos explorar o conceito de transição energética, mostrar seus benefícios, exemplos concretos e como o Brasil está lidando com esse desafio. Também vamos explicar como ela está transformando os mercados financeiros e por que investidores estão atentos a essa alteração.

Pronto para entender como essa revolução pode moldar o futuro? Então continue a leitura e descubra!

O que é transição energética?

Quando pensamos no que é transição energética, estamos falando de uma grande mudança na forma como produzimos e consumimos energia no mundo.

Durante séculos, as fontes de energia que usamos - como carvão, petróleo e gás natural - foram extremamente úteis para o desenvolvimento da sociedade. Mas também trouxeram um alto custo: impactos ambientais, aquecimento global e uma dependência perigosa de recursos que um dia vão acabar.

É aqui que entra a transição energética: um movimento que está substituindo essas fontes tradicionais por outras mais limpas e sustentáveis, como a energia solar, eólica e biomassa.

O objetivo principal? Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, combater as mudanças climáticas e criar um modelo energético que funcione tanto para o meio ambiente quanto para as próximas gerações.

Por que o tema é tão urgente?

Se você está se perguntando por que tanta gente fala sobre transição energética hoje, a resposta está no relógio. Segundo especialistas, o tempo para evitar os piores cenários das mudanças climáticas está se esgotando.

O uso excessivo de combustíveis fósseis é uma das principais causas do aquecimento global, e cada dia sem mudanças significa mais impactos para o planeta: ondas de calor, chuvas intensas, secas prolongadas e crises de biodiversidade.

A boa notícia é que a transição energética já começou. No Brasil, por exemplo, temos uma posição privilegiada: nosso sistema elétrico é considerado um dos mais limpos do mundo, com a energia hidrelétrica como carro-chefe.

Mas isso não significa que o país está isento de desafios. A necessidade de diversificar ainda mais as fontes renováveis, investir em tecnologias modernas e reduzir o uso de combustíveis fósseis continua sendo prioridade.

No próximo tópico, vamos detalhar por que a transição energética não é apenas necessária, mas também vantajosa para todos nós.

Quais os benefícios da transição energética

Antes de falarmos sobre os benefícios da transição energética, vale destacar que essa mudança vai muito além da questão ambiental. Ela afeta diretamente a economia, a saúde pública e até mesmo a forma como enxergamos nosso papel no futuro do planeta.

Vamos explorar esses pontos?

1. Redução de emissões e proteção ao meio ambiente

O benefício mais óbvio da transição energética é a redução das emissões de gases de efeito estufa. Com a substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, como a energia solar e eólica, é possível diminuir significativamente o impacto das atividades humanas no aquecimento global.

Além disso, ao preservar os recursos naturais e reduzir a poluição do ar e da água, garantimos um planeta mais saudável para as próximas gerações. É uma mudança que tem reflexos diretos na biodiversidade e na preservação dos ecossistemas.

2. Estímulo à economia verde

A transição energética também impulsiona o que chamamos de economia verde. Isso significa a criação de novos setores e empregos em áreas como instalação de painéis solares, produção de turbinas eólicas e desenvolvimento de tecnologias para eficiência energética.

Além disso, países que lideram a transição energética tornam-se mais competitivos no cenário global, atraindo investimentos e reduzindo a dependência de combustíveis fósseis importados. Para o Brasil, isso representa uma oportunidade de destacar seu potencial em energias renováveis e biocombustíveis - como o etanol, algo popularmente conhecido como abastecer com álcool.

3. Mais saúde para a população

É fácil esquecer, mas a queima de combustíveis fósseis é uma das principais causas de poluição do ar, que, por sua vez, está ligada a doenças respiratórias e cardiovasculares.

Por isso, ao investir em energias limpas, estamos também investindo na saúde pública, reduzindo custos com tratamentos médicos e aumentando a qualidade de vida da população.

4. Estabilidade e segurança energética

Outro benefício importante é a segurança energética. Ao diversificar as fontes de energia, reduzimos o risco de crises relacionadas à oferta de combustíveis fósseis, como vimos durante conflitos internacionais ou períodos de instabilidade econômica.

Ou seja, com mais fontes renováveis, o sistema fica mais estável e resiliente.

5. Redução de custos a longo prazo

Embora a transição energética exija investimentos iniciais, ela traz economias significativas ao longo do tempo. Fontes como solar e eólica possuem custos operacionais mais baixos e, uma vez instaladas, a matéria-prima — sol e vento — é gratuita.

Isso pode se traduzir em contas de energia mais baratas para consumidores e empresas.

Benefícios que vão além do meio ambiente

Como podemos ver, os benefícios da transição energética são amplos e atingem diferentes áreas. Eles vão desde a melhoria da qualidade de vida até a transformação da economia e a garantia de um futuro mais seguro e sustentável.

No entanto, para colher esses benefícios, é preciso enfrentar os desafios dessa transição com planejamento, inovação e políticas públicas eficazes. Vamos aprofundar essa questão no próximo tópico.

Como a transição energética é feita?

A transição energética é um processo complexo e multifacetado que envolve a integração de novas tecnologias, mudanças estruturais na economia e o engajamento da sociedade. Em sua essência, ela é guiada por três pilares principais: descarbonização, diversificação e democratização da energia.

Vamos entender como isso funciona, a seguir. Acompanhe.

1. Descarbonização: eliminando as emissões de carbono

O primeiro passo da transição energética é reduzir drasticamente as emissões de carbono. Isso é feito substituindo os combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, por fontes renováveis de energia que não emitem gases de efeito estufa.

Para alcançar essa meta, são necessários:

  • Investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas.
  • Adoção de metas climáticas globais, como o Acordo de Paris, que incentivam a redução progressiva de emissões.
  • Reformas em setores altamente poluentes, como transporte e indústria.

2. Diversificação: expandindo o mix energético

A transição energética também requer uma matriz energética diversificada, ou seja, com múltiplas fontes de energia. Isso reduz a dependência de recursos limitados e aumenta a resiliência do sistema energético.

Na prática, isso significa:

  • Combinar fontes de energia renováveis (solar, eólica, biomassa, entre outras) para garantir estabilidade no fornecimento.
  • Modernizar infraestruturas de geração e distribuição para integrar diferentes tecnologias energéticas.
  • Criar soluções de armazenamento de energia para lidar com a intermitência de algumas fontes, como a solar e a eólica.

3. Democratização: acesso mais amplo e justo à energia

A transição energética também busca tornar o acesso à energia mais inclusivo. Isso inclui:

  • Promover soluções que permitam que comunidades isoladas ou vulneráveis tenham acesso a fontes de energia limpa.
  • Incentivar a geração distribuída, onde consumidores podem gerar sua própria energia, como painéis solares em residências.
  • Reduzir desigualdades energéticas, garantindo que as tecnologias limpas sejam acessíveis economicamente para todos.

4. Governança e planejamento estratégico

A transição energética não acontece sem planejamento. Governos, empresas e organizações precisam trabalhar juntos para criar políticas públicas e estratégias que sustentem esse processo. Isso envolve:

  • Definir marcos regulatórios claros que incentivem a transição sem criar barreiras desnecessárias.
  • Promover incentivos financeiros, como subsídios e créditos para adoção de tecnologias renováveis.
  • Estabelecer cooperação internacional para compartilhar conhecimento e recursos tecnológicos.

Exemplos de transição energética

Exemplos de transição energética já podem ser vistos em iniciativas reais ao redor do mundo, onde países, empresas e comunidades estão transformando seus sistemas de energia. Vamos explorar alguns casos concretos que mostram como essa mudança está acontecendo na prática?

1. Dinamarca: pioneirismo em energia eólica

A Dinamarca é uma referência global em transição energética, especialmente no uso de energia eólica. O país começou a investir nessa fonte renovável ainda nos anos 1970 e hoje é líder mundial na geração de energia eólica per capita.

Em 2022, cerca de 55% da eletricidade consumida no país foi gerada por turbinas eólicas. Além disso, a Dinamarca está trabalhando para se tornar 100% livre de combustíveis fósseis até 2050.

2. Alemanha: Energiewende

O programa alemão conhecido como Energiewende ("Mudança Energética") é um dos maiores exemplos de transição energética na Alemanha. A iniciativa visa reduzir a dependência de energia nuclear e combustíveis fósseis, promovendo o uso de fontes renováveis como solar, eólica e biomassa.

Em 2023, mais de 52,5% da energia consumida no país foi gerada a partir de fontes renováveis, e o objetivo é alcançar a neutralidade de carbono até 2045.

3. Uruguai: um pequeno país com grandes avanços

O Uruguai é um exemplo notável de transição energética na América Latina, tendo alcançado marcos significativos nos últimos anos.

Em 2022, aproximadamente 91% da eletricidade gerada no país foi proveniente de fontes renováveis, como hidrelétricas, energia eólica, solar e biomassa. A energia eólica desempenha um papel crucial nessa matriz, representando cerca de 38% da geração elétrica total.

Esses avanços resultaram de investimentos estratégicos e políticas públicas eficazes, posicionando o Uruguai como líder regional em energia sustentável.

Como está a transição energética no Brasil

A transição energética no Brasil também tem um papel de destaque no cenário global. Isso porque com uma matriz energética que já é majoritariamente renovável, nosso país apresenta vantagens naturais e estratégicas que o colocam em posição privilegiada nesse processo.

Atualmente, cerca de 88% da energia elétrica do Brasil é gerada a partir de fontes renováveis. Esse número é bem superior à média global, que gira em torno de 30%. Isso se deve, em grande parte, ao uso de:

  • Hidrelétricas: representam mais de 60% da geração de energia elétrica no país. As usinas hidrelétricas têm sido a espinha dorsal da matriz energética brasileira, aproveitando a abundância de rios e reservatórios.
  • Energia eólica: o Brasil é líder na América Latina e está entre os maiores geradores mundiais dessa fonte de energia. O Nordeste, com seus ventos constantes, concentra grande parte dos parques eólicos do país.
  • Energia solar: nos últimos anos, o setor solar cresceu de forma acelerada, tanto em usinas de grande porte quanto em sistemas de geração distribuída, como painéis solares instalados em telhados de residências e empresas.
  • Biocombustíveis: o etanol, produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, é um dos maiores trunfos do Brasil no setor de transportes. Além disso, o biodiesel também tem ganhado espaço como uma alternativa sustentável ao diesel tradicional.

No entanto, para consolidar a nossa liderança, é essencial continuar diversificando as fontes de energia renovável, modernizando a infraestrutura e ampliando o alcance das políticas públicas.

O potencial do país é enorme, mas transformá-lo em resultados concretos depende de investimentos, planejamento e do comprometimento de todos os setores da sociedade.

Influência da transição energética nos investimentos

Como você pode perceber, a transição energética não é apenas um movimento em prol do meio ambiente; ela também está transformando o mercado financeiro e criando oportunidades para investir em energia renovável e limpa.

Empresas, governos e indivíduos estão reavaliando onde e como alocar seus recursos, priorizando projetos e tecnologias que apoiem um futuro mais sustentável.

Nos últimos anos, os investimentos globais em energia renovável dispararam. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), em 2023, mais de 1 trilhão de dólares foi direcionado para projetos de energia limpa, superando os investimentos em combustíveis fósseis pela primeira vez.

Esse movimento está diretamente ligado ao compromisso de países e empresas com metas climáticas e à crescente demanda de consumidores e investidores por soluções mais sustentáveis.

ESG: o novo norte para investidores

Nesse sentido, o conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance), ou seja, práticas ambientais, sociais e de governança, tornou-se central no mundo dos investimentos. Empresas que adotam práticas alinhadas com a transição energética têm se mostrado mais atraentes para investidores.

Isso porque elas tendem a apresentar menor risco regulatório no futuro, e estão alinhadas às demandas dos consumidores por sustentabilidade. Além disso, empresas com ESG costumam demonstrar compromisso com inovação e adaptação às mudanças globais.

Por isso, fundos ESG, incluindo aqueles focados em energia limpa, cresceram exponencialmente nos últimos anos.

Novo mercado e setores

Outro ponto relevante é que a transição energética está gerando novos mercados e setores. Por exemplo, a demanda por baterias de alta capacidade, sistemas de armazenamento e tecnologias de eficiência energética tem impulsionado indústrias inteiras, criando um ecossistema de inovação.

Nesse cenário, empresas que conseguem antecipar tendências e desenvolver soluções alinhadas com os objetivos climáticos globais despontam como protagonistas.

Como equilibrar o portfólio?

No entanto, não podemos ignorar os desafios. Setores tradicionais, como petróleo e gás, estão sob pressão para se adaptar ou correr o risco de perder relevância à medida que a economia global se torna mais verde.

Para investidores, isso significa a necessidade de equilibrar portfólios, considerando tanto as oportunidades em tecnologias emergentes quanto os riscos associados a modelos de negócios ultrapassados.

Sendo assim, investir em energia limpa e sustentabilidade deixou de ser uma escolha ética para se tornar um caminho estratégico, essencial para garantir competitividade e relevância em um mundo em constante transformação.

Ana Claudia Piva

Ana Claudia Piva

Jornalista profissional com mais de 20 anos de experiência (MTB 43.842/SP). Editora-chefe do Portal It's Money. Especialista em gestão de conteúdo pela Universidade Metodista de São Paulo e em Search Engine Optimization (SEO).

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