Ata do Copom sinaliza possível redução no corte de juros

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Ata do Copom sinaliza possível redução no corte de juros

26 mar 2024Última atualização: 12 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou hoje a ata da reunião dos dias 19 e 20 de março. 

“Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

As informações foram retiradas da Ata da reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira (26). Na reunião, o Comitê decidiu cortar em 0,50 p.p a taxa básica de juros (Selic), que foi a 10,75% ao ano.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 7 e 8 de maio.  

Ata do Copom  

“No âmbito doméstico, o conjunto de indicadores recentes de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia esperado pelo Comitê. Observa-se alguma moderação no crescimento econômico, mas com maior dinamismo em alguns indicadores na margem, enquanto o mercado de trabalho segue aquecido e com aceleração nos rendimentos reais, diz a ata divulgada na íntegra no site do Banco Central.  

Ainda, o Comitê afirma a necessidade de manter a política monetária contracionista e enfatizou que a extensão do ciclo ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas de inflação, de suas projeções e inflação e do hiato do produto e do balanço dos riscos. 

Além disso, foi avaliado que as informações trazidas por atualizações dos conjuntos de dados analisados serão particularmente importantes para definir a taxa terminal de juros. 

"Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir.” 

Cenário inflacionário e mercado de trabalho 

Por outro lado, segundo a Ata, o cenário-base de inflação e atividade econômica não divergiu muito do que estava previsto.  

“Com relação à dinâmica inflacionária doméstica, se, por um lado, observamos um comportamento benigno de alimentos e bens industriais, por outro, em função da atividade resiliente e das últimas divulgações, surgem dúvidas na velocidade de desinflação de serviços.” 

Sendo assim, notou-se que um processo desinflacionário mais lento, tanto domesticamente quanto globalmente, não constitui o cenário-base, mas foi incorporado como fonte de incerteza. E reforçou que esse aumento de incerteza prescreve cautela na condução da política monetária.  

No entanto, segundo a Ata, o Comitê se deteve em profundidade na discussão do mercado do trabalho e avaliou que os aumentos salariais no período corrente podem estar ligados, em alguma medida, a pressões no mercado de trabalho.   

Inclusive, destacou a a causalidade recíproca entre os preços e a dinâmica de rendimentos, suas respectivas defasagens e as elasticidades de impacto de um sobre outro.  

“O Comitê seguirá atento à dinâmica dos rendimentos nas diversas pesquisas para melhor avaliar o grau de ociosidade no mercado de trabalho e seus potenciais impactos sobre a inflação de serviços.” 

Incertezas no cenário internacional

Já na conjuntura internacional, que segue volátil, o cenário desinflacionário se mostra mais incerto, em função de um contexto de atividade resiliente nos Estados Unidos e seu impacto nas condições financeiras globais. 

Além disso, os impactos da política monetária sobre a atividade e a inflação também geram incerteza na velocidade da desinflação em diversos países. 

Desse modo, o cenário marcado por uma economia norte-americana sólida e uma inflação resiliente permeia o debate sobre as fontes, desafios e incertezas para o processo desinflacionário futuro naquele país.

Com relação às fontes, o Comitê discutiu o papel da normalização das cadeias produtivas e a consequente recomposição benigna de preços relativos de bens e serviços, o arrefecimento do preço de commodities, a desinflação chinesa e se deteve, em maior grau, no papel da política monetária nos Estados Unidos para reduzir a inflação de forma sustentada. 

“Lembrou-se que, tal como no caso brasileiro, o estágio final da desinflação é mais custoso e requer cautela na condução da política monetária”, diz Ata.  

Em suma, ainda no tema, o Comitê reiterou que não há relação mecânica entre a condução da política monetária norte-americana e a determinação da taxa básica de juros doméstica e que, como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna. 

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