Brasil tem segunda maior safra de cana da história, mas seca derruba produtividade
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Brasil tem segunda maior safra de cana da história, mas seca derruba produtividade
17 abr 2025•Última atualização: 17 abril 2025


O Brasil encerrou o ciclo 2024/25 com a segunda maior produção de cana-de-açúcar da história, estimada em 676,96 milhões de toneladas. Apesar do número expressivo, o volume representa uma queda de 5,1% em relação à safra recorde anterior, colhida entre 2023 e 2024.
De acordo com dados divulgados hoje (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a redução foi causada principalmente pelas condições climáticas adversas, como o déficit de chuvas e as altas temperaturas na Região Centro-Sul, que concentra 91% da produção nacional. A situação se agravou com a ocorrência de queimadas que atingiram lavouras em pleno desenvolvimento.
“Essas condições adversas registradas ao longo da temporada influenciaram negativamente na produtividade média, ficando em 77.223 quilos por hectare”, informou a Conab, ao divulgar o 4º levantamento da safra.
Sudeste e Centro-Oeste puxam queda
Principal região produtora do país, o Sudeste colheu 439,6 milhões de toneladas, volume 6,3% inferior ao registrado na safra anterior. A área plantada até aumentou 7,5%, chegando a 5,48 milhões de hectares, mas isso não foi suficiente para compensar a queda de 12,8% na produtividade, estimada em 80.181 quilos por hectare.
No Centro-Oeste, a produção foi de 145,3 milhões de toneladas, ligeiramente acima do ciclo anterior (alta de 0,2%). A área cultivada cresceu 4%, totalizando 1,85 milhão de hectares, enquanto a produtividade recuou 3,7%, ficando em 78.540 quilos por hectare.
Nordeste, Sul e Norte
No Nordeste, onde a colheita ainda está em andamento, a expectativa é de queda de 3,7%, com uma produção estimada em 54,4 milhões de toneladas. A área colhida cresceu 1,6%, mas a produtividade caiu devido à restrição hídrica.
A Região Sul enfrentou retração tanto em área quanto em rendimento. A produção deve atingir 33,6 milhões de toneladas, queda de 13,2% frente à safra passada.
Já a Região Norte foi a única com resultado positivo nos dois quesitos. A colheita deve alcançar 4 milhões de toneladas, com aumento de 1,4% na área e de 1,1% na produtividade.
Açúcar tem queda, mas ainda é destaque
Com menor volume de cana disponível, a produção de açúcar também recuou 3,4%, totalizando 44,1 milhões de toneladas. Ainda assim, esse é o segundo maior volume da série histórica da Conab.
“A queda foi limitada pelo cenário de mercado favorável, que incentivou a destinação da cana para a fabricação de açúcar”, explicou a estatal.
Etanol impulsionado pelo milho
A produção total de etanol cresceu 4,4%, somando 37,2 bilhões de litros. A alta foi puxada principalmente pelo etanol de milho, cuja produção saltou 32,4% e alcançou 7,84 bilhões de litros. Já o etanol produzido a partir da cana caiu 1,1%, totalizando 29,35 bilhões de litros.
“O bom desempenho se deve ao avanço de novas usinas e à maior eficiência das plantas já existentes na produção de etanol de milho”, informou a Conab.
Exportações seguem firmes, mas com receita menor
Mesmo com a leve queda na produção, as exportações de açúcar permaneceram estáveis em 35,1 milhões de toneladas, mantendo o Brasil na liderança global do setor. No entanto, a receita com as vendas caiu 8,2%, somando US$ 16,7 bilhões, impactada pelos preços internacionais mais baixos.
No caso do etanol, o volume exportado foi de 1,75 bilhão de litros, uma redução expressiva de 31% frente ao ciclo anterior.
Com informações de Agência Brasil


Agência Brasil
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