Come-cotas será cobrado nesta sexta-feira (29)

Como ocorre tradicionalmente nos meses de maio e novembro, nesta sexta-feira (29) será realizada a cobrança do chamado come-cotas nos fundos de investimento.

Trata-se de um recolhimento periódico e obrigatório de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos de determinadas classes de fundos.

A cada seis meses, a Receita Federal “morde” uma quantidade de cotas do cliente equivalente ao imposto devido, retido diretamente na fonte. Por isso, o apelido de come-cotas.

Desta vez, estima-se que a arrecadação do governo federal possa ultrapassar os R$ 8,8 bilhões registrados na cobrança de maio deste ano, segundo análise da Economatica solicitada pelo InfoMoney.

O cálculo considera o percentual médio do come-cotas pago em relação ao patrimônio total da indústria de fundos nos últimos períodos. No entanto, os dados oficiais só serão conhecidos alguns dias após a realização da cobrança.

Além de ser uma importante fonte de arrecadação para o governo, o come-cotas também impacta diretamente os rendimentos de investidores em fundos de renda fixa, multimercado e ações.

Entenda como funciona o tributo, quem está sujeito à cobrança e como ele pode influenciar seus investimentos.

O que é o come-cotas?

O come-cotas é um imposto semestral que incide sobre os fundos de investimento, descontado em maio e novembro de cada ano.

Ele antecipa a cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos acumulados nos fundos durante o período.

Em vez de pagar o imposto em dinheiro, os investidores têm suas cotas reduzidas proporcionalmente ao valor devido.

Como funciona o come-cotas?

A alíquota aplicada varia de acordo com o tipo de fundo:

• Fundos de curto prazo: 20% sobre os rendimentos.
• Fundos de longo prazo e multimercados: 15% sobre os rendimentos.

Essa cobrança automática ocorre mesmo que o investidor não realize resgates no período, diminuindo a quantidade de cotas no fundo, mas não o valor total aplicado.

Quem está sujeito à cobrança?

O come-cotas incide sobre a maioria dos fundos de investimento, com exceção dos fundos de previdência (PGBL e VGBL) e fundos exclusivos para investidores qualificados. Confira os principais tipos de fundos impactados:

• Sujeitos ao come-cotas:
  • Fundos de renda fixa
  • Fundos multimercado
  • Fundos de ações com tributação geral
• Isentos do come-cotas:
  • Fundos de previdência
  • Fundos exclusivos

Estratégias para minimizar o impacto

Embora inevitável para muitos investidores, é possível adotar estratégias que minimizem o impacto do tributo:

1. Optar por fundos de previdência: isentos do come-cotas, esses fundos podem ser vantajosos para quem planeja investimentos de longo prazo.
2. Priorizar fundos de longo prazo: alíquotas menores tornam esses fundos mais atrativos do que os de curto prazo.
3. Explorar alternativas isentas de IR: investimentos como LCI, LCA e debêntures incentivadas oferecem rendimentos livres de Imposto de Renda.

Conclusão

Com a cobrança marcada para esta sexta-feira, investidores de fundos de renda fixa e multimercados devem estar atentos. A redução no número de cotas será proporcional ao rendimento acumulado no período. Para quem pretende resgatar recursos nos próximos meses, é importante lembrar que o IR final considera o imposto já recolhido.

*Com informações de Infomoney