FED: o que faz o banco central dos Estados Unidos

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FED: o que faz o banco central dos Estados Unidos

20 mai 2024Última atualização: 12 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money
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Se você é um investidor ou apenas alguém interessado em economia, provavelmente já ouviu falar do Federal Reserve Bank, também conhecido como FED.

Trata-se do Banco Central dos Estados Unidos, que tem um papel crucial na economia mundial e influencia não só o mercado norte-americano, mas também o mercado global. 

Mas o que exatamente o FED faz? Como ele funciona? O que é a tão falada super quarta? E de que maneira o FED impacta os investimentos no Brasil? 

Neste artigo, vamos explorar essas questões e entender melhor o papel do FED na economia e no mercado financeiro.

Então, prepare-se para descobrir como essa instituição pode afetar seus investimentos e de que maneira você pode tomar as melhores decisões depois da super quarta.

O que é o FED: Federal Reserve Bank?

O FED, também conhecido como Federal Reserve Bank, é o banco central dos Estados Unidos. Ele foi criado em 1913 para fornecer estabilidade ao sistema financeiro do país, além de regular a oferta de moeda e juros norte-americanos. 

Em outras palavras, o Federal Reserve Bank é responsável pela condução da política monetária dos Estados Unidos, incluindo a regulação da quantidade de dinheiro em circulação e a definição das taxas de juros. 

O FED também supervisiona as instituições financeiras, opera sistemas de pagamento e fornece serviços financeiros ao governo dos Estados Unidos e a outras entidades. 

O Federal Reserve Bank é composto por 12 bancos regionais e é dirigido pelo Conselho de Governadores, que é nomeado pelo presidente dos Estados Unidos e confirmado pelo Senado.

Qual o significado da sigla FED

A sigla FED significa Federal Reserve System e numa tradução direta para o português seria Sistema de Reserva Federal

Entretanto, a forma mais comum de se referir ao FED é por Federal Reserve Bank. E no Brasil é como banco central dos Estados Unidos ou banco central norte-americano. 

A sigla FED é comumente usada para se referir à instituição como um todo, que é responsável por conduzir a política monetária dos EUA.

FED é o órgão dos EUA equivalente ao Banco Central do Brasil?

Sim, o FED (Federal Reserve System, também conhecido como Federal Reserve Bank ou simplesmente como Federal Reserve) é o órgão dos Estados Unidos equivalente ao Banco Central do Brasil (BACEN)

Ambas as instituições são responsáveis por conduzir a política monetária de seus respectivos países, regulando a quantidade de dinheiro em circulação, definindo as taxas de juros e supervisionando o sistema financeiro. 

Tanto o FED quanto o BACEN também fornecem serviços financeiros ao governo e às instituições financeiras, além de operarem sistemas de pagamento. 

E embora haja diferenças específicas entre os dois bancos centrais em termos de suas funções e operações, eles são semelhantes quanto à sua importância para a economia de seus respectivos países.

Como funciona o FED: o Banco Central dos Estados Unidos?

O funcionamento do FED acontece a partir de uma estrutura organizacional e de um conjunto de atribuições que regulam o sistema financeiro do país. Veja como isso ocorre, abaixo.

Regulação e supervisão de instituições

O FED supervisiona e regula as instituições financeiras nos Estados Unidos para garantir que elas operem de forma segura e eficiente. Isso inclui bancos, cooperativas de crédito, empresas de investimento e outras entidades. 

O banco central dos Estados Unidos também trabalha para proteger os consumidores de práticas abusivas e fraudulentas no setor financeiro.

Condução da política monetária 

O Federal Reserve tem a responsabilidade de controlar a oferta de dinheiro na economia dos Estados Unidos e manter a estabilidade dos preços. 

Para fazer isso, ele usa várias ferramentas, como a definição da taxa de juros e a compra e venda de títulos do Tesouro.

Fornecimento de serviços financeiros 

Outra função do FED é fornecer serviços financeiros ao governo dos Estados Unidos, outras instituições financeiras e ao público em geral. Isso inclui o processamento de pagamentos eletrônicos, a transferência de fundos entre bancos e a emissão de notas e moedas.

Estrutura organizacional do FED

Para entender como funciona o FED, também é importante saber que ele é composto por um conselho de governadores nomeado pelo presidente dos Estados Unidos e confirmado pelo Senado. 

Além disso, existem 12 bancos regionais do FED espalhados pelo país, que realizam operações locais e fornecem suporte ao sistema financeiro regional.

Contudo, o FED é uma instituição independente dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Isso significa que ele tem a liberdade de atuar sem a intervenção do Governo.

Como o banco central dos Estados Unidos, o FED desempenha um papel fundamental na economia do país e em todo o sistema financeiro global.

Quem são os membros do FED?

O FED é composto por membros de diferentes órgãos e instâncias, cada um com funções específicas. Aqui estão mais informações sobre os principais membros do FED, acompanhe.

Conselho de Governadores (Federal Reserve Board of Governors)

O Conselho de Governadores é o principal órgão de tomada de decisões do FED. É composto por 7 membros nomeados pelo presidente dos Estados Unidos e confirmados pelo Senado. 

Cada governador tem um mandato de 14 anos e não pode ser reeleito. Já o presidente do Conselho é escolhido entre os membros e tem um mandato de 4 anos.

Bancos regionais do FED (Federal Reserve Banks)

Existem 12 bancos regionais do FED, cada um com um presidente e um conselho de diretores. Esses bancos são responsáveis por supervisionar e regular as instituições financeiras em suas respectivas regiões, bem como por implementar as políticas monetárias do FED. 

Os presidentes dos bancos regionais do FED são nomeados por um comitê de seleção composto por membros do Conselho de Governadores e dos bancos regionais.

Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) 

O FOMC, ou Federal Open Market Committee, é um comitê composto pelos 7 membros do Conselho de Governadores e pelos presidentes de 4 bancos regionais do FED, além do próprio presidente do FOMC. 

O órgão é responsável por definir as políticas monetárias do FED, incluindo a definição das taxas de juros e a compra e venda de títulos do Tesouro.

Além desses membros, o FED também trabalha em colaboração com outros órgãos e entidades, como o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e outras agências governamentais. Juntos, esses membros do FED e outras partes interessadas ajudam a garantir a estabilidade financeira e monetária norte-americana.

Como funciona a política monetária norte-americana?

A política monetária norte-americana é conduzida pelo Federal Reserve Bank (FED), que funciona com várias ferramentas para alcançar seus objetivos de estabilidade de preços e pleno emprego. Confira abaixo com detalhes como funciona a política monetária dos EUA.

Taxa de juros 

O FED pode aumentar ou diminuir a taxa de juros de curto prazo, chamada de Federal Funds Rate, que é a taxa cobrada entre bancos pelo empréstimo de dinheiro que fazem uns aos outros durante a noite. 

É algo parecido com o que ocorre no Brasil - os bancos precisam fechar o dia com o caixa no azul e por isso fazem essas transações interbancárias.

Quando o FED aumenta a taxa de juros, ele torna o dinheiro mais caro e reduz a sua oferta na economia e vice-versa. O anúncio do FED acontece a cada 45 dias, aproximadamente. 

Compra e venda de títulos do Tesouro 

O FED também pode comprar ou vender títulos do Tesouro dos Estados Unidos. 

Quando ocorre a compra, ele acaba por injetar dinheiro na economia, aumentando a oferta de capital e reduzindo as taxas de juros de longo prazo

Já quando o FED vende títulos do Tesouro, ele retira dinheiro de circulação. De certo modo isso reduz a oferta e consequentemente aumenta as taxas de juros de longo prazo.

Requerimentos de reservas

O FED também tem o poder de alterar os requisitos de reservas bancárias, que determinam a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em reserva em relação aos depósitos que eles recebem. 

Quando o FED aumenta os requisitos de reservas, ele reduz a quantidade de dinheiro disponível na economia. E, claro, o oposto também acontece. Essa medida é uma ferramenta importante para controlar a quantidade de dinheiro em circulação e influenciar o nível de atividade econômica.

Comunicação

O FED também usa a comunicação para influenciar as expectativas do mercado em relação às suas políticas futuras. Por exemplo, ele pode indicar que pretende aumentar ou reduzir as taxas de juros em um futuro próximo - o que pode afetar a demanda por empréstimos e, portanto, a oferta de dinheiro na economia.

Essas são apenas algumas das maneiras como o FED conduz a política monetária norte-americana. 

O objetivo final da política monetária é manter a estabilidade de preços e promover o pleno emprego, garantindo um ambiente econômico saudável e estável.

A influência da política monetária dos Estados Unidos no Brasil e no mundo

A política monetária dos Estados Unidos tem uma influência significativa não apenas na economia do próprio país, mas também no Brasil e no mundo. Aqui estão algumas maneiras como a política monetária dos EUA pode afetar a economia global, veja.

Taxa de câmbio 

A política monetária dos EUA pode afetar a taxa de câmbio do dólar americano em relação a outras moedas, incluindo o real brasileiro. 

Por exemplo, quando o FED aumenta as taxas de juros nos Estados Unidos, pode tornar o dólar mais atraente para os investidores estrangeiros. Geralmente, é algo que leva a uma apreciação do dólar. 

Isso pode tornar as exportações do Brasil mais caras e menos competitivas no mercado internacional, afetando negativamente a economia brasileira.

Fluxos de capital 

A política monetária dos EUA também pode afetar os fluxos de capital do Brasil e outros países. 

Na prática isso significa que quando o FED aumenta as taxas de juros, por exemplo, torna os investimentos nos EUA mais atraentes para os investidores estrangeiros em comparação com outros países. 

Isso costuma levar a uma saída de capitais de países do exterior, incluindo o Brasil.

Preços de commodities

A política monetária dos EUA também pode influenciar os preços das commodities, como o petróleo e os metais. Isso ocorre porque o dólar é usado como moeda de reserva em todo o mundo, o que significa que a maioria das commodities é negociada na moeda deles. 

Isso quer dizer que quando o dólar se valoriza em relação a outras moedas, o preço das commodities tende a cair e vice-versa.

Crescimento econômico global

Finalmente, a política monetária dos EUA também pode impactar o crescimento econômico global. 

Quando o FED aumenta as taxas de juros, reduz a oferta de dinheiro e torna os empréstimos mais caros para empresas e consumidores em todo o mundo. Isso pode desacelerar o crescimento econômico em outros países, incluindo o Brasil.

O que é a super quarta?

A expressão "super quarta" é utilizada para descrever o dia em que o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve dos Estados Unidos divulgam as suas taxas de juros básicas em uma mesma quarta-feira

Funciona assim: enquanto o FOMC (Estados Unidos) define as taxas de juros oito vezes por ano, o Copom (Brasil) faz isso a cada 45 dias. E quando essas decisões ocorrem no mesmo dia, o mercado financeiro se refere ao momento como a super quarta. 

Além de impactar a economia de cada respectivo país, essas decisões de política monetária podem ter impactos significativos na economia e nos mercados financeiros globais também. 

Super quartas em 2024

Em 2024, acontecem quatro super quartas, que os investidores e analistas estarão acompanhando de perto:

  • 31 de janeiro
  • 20 de março
  • 31 de julho
  • 7 de setembro

Como a super quarta interfere nos investimentos dos brasileiros

A super quarta interfere nos investimentos dos brasileiros, porque as decisões de política monetária tomadas pelos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos impactam a economia

E como você sabe, os movimentos da economia nacional e internacional influenciam taxas de juros e até valores de ações. Tudo está interligado de alguma forma. Explicamos.

  • Quando a taxa Selic é aumentada, por exemplo, empréstimos e crédito ficam mais caros e isso se traduz em baixa no consumo das famílias. Faturando menos, o valor das ações de empresas - especialmente as de varejo -  pode cair e os dividendos ficam mais baixos. 
  • Em contrapartida, a Selic mais alta ajuda a controlar a inflação, conservando o poder de compra em muitos casos. Além disso, investimentos que estão atrelados à taxa Selic podem ficar mais atraentes quando ela está maior. 
  • Por outro lado, quando a taxa Selic é reduzida, pode haver um estímulo para o consumo. Isso costuma ser bom para diversos setores da economia, aumentando o faturamento de empresas de capital aberto e consequentemente a distribuição de dividendos e valorização de ações.

Percebe como a regulação da taxa Selic para controlar a inflação e ao mesmo tempo manter o dinheiro em movimento é uma atividade fundamental do BACEN?

  • Além disso, as decisões do FOMC nos EUA também podem ter impactos significativos em investimentos no Brasil, uma vez que podem afetar o fluxo de capital estrangeiro para o país e influenciar a taxa de câmbio.
  • Somado a isso, as determinações do FED sobre a política monetária podem afetar os mercados financeiros globais, incluindo os mercados de ações, títulos e commodities - o que pode impactar os investimentos dos brasileiros que escolhem esses mercados.

Considerações finais

No entanto, é importante lembrar que os impactos da super quarta podem variar dependendo do setor e dos investimentos específicos em questão. 

Investidores experientes acompanham de perto esses anúncios e tomam decisões com base em suas próprias estratégias e objetivos financeiros.

Por isso, assessorias de investimentos como a Blue3, podem ser valiosas para os investidores brasileiros que desejam manejar seus investimentos de acordo com o melhor caminho depois das decisões da super quarta.

Afinal, quanto mais embasados são os movimentos no universo dos investimentos, mais seguros e rentáveis serão os aportes do investidor. 

Redação It's Money

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