Como funciona a Previdência Privada

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Como funciona a Previdência Privada

19 set 2022Última atualização: 20 junho 2024

Redação It's MoneyRedação It's Money

O funcionamento da previdência privada ainda é um mistério para bastante gente. 

Afinal, é quase automático pensar que a aposentadoria é sempre pelo INSS. E quando as pessoas entendem que há outras alternativas que não dependem diretamente do Estado, é que surgem as principais dúvidas.

Como ela é exatamente, como funciona, quais os tipos de previdência e quais as taxas aplicadas

Pois saiba que compreender esses pontos ajuda a avaliar se vale a pena investir em previdência privada e isso pode fazer muita diferença no seu futuro.

Quer saber mais? Então acompanhe nosso guia, conheça todos os detalhes e veja como fazer o seu plano.

Boa leitura!

O que é previdência privada

A previdência privada, ou previdência complementar, é uma alternativa para quem não quer contar apenas com a previdência pública -  em outras palavras, com a aposentadoria pelo INSS. 

Inclusive, muitos especialistas do mercado financeiro defendem que a previdência privada é um dos melhores tipos de investimento a longo prazo, principalmente para quem está disposto a esperar mais de 10 anos para receber o dinheiro. 

De maneira geral, a previdência privada é uma espécie de fundo de investimento.

Existem vários benefícios relacionados a essa opção, como o de economia de impostos na dedução da declaração, a portabilidade facilitada de uma instituição financeira para outra, ou a sucessão patrimonial. 

Iremos falar sobre as vantagens (e também sobre as desvantagens) mais para frente. Continue a leitura.

Como funciona a previdência privada

O funcionamento de uma previdência privada é simples. O investidor busca a melhor empresa para contratar,  decide pelo melhor plano para seus objetivos, assina o contrato e começa a fazer os recolhimentos.

Esses recolhimentos mensais são feitos durante a vida produtiva do contratante, até a fase em que ele para de investir e começa a receber

Na prática, funciona exatamente como uma aposentadoria pelo INSS. Só que ao invés de pagar para os cofres públicos, esses pagamentos e o retorno futuro virão da instituição privada que o contratante escolheu. 

O tempo de contribuição e de recebimento são combinados com a empresa administradora durante o contrato. Ali são acertadas também as taxas e outras informações importantes. 

Então, resumidamente, a previdência privada funciona como uma aposentadoria particular, onde a contribuição e o recebimento dependem do contratante e do plano adquirido. 

Outro ponto interessante é que há mais opções para quem contrata - inclusive quanto ao recolhimento dos impostos. 

Vamos falar sobre isso?

Existem dois tipos de tributação na previdência privada: a progressiva e a regressiva. 

Tributação Progressiva

É a mais adequada para quem vai receber parcelas com valores mais baixos. Para uma aposentadoria de até R$1.903,98 por exemplo, a alíquota é isenta. 

Para valores de até R$2.800 a taxa é de apenas 7,5% - o que, de um modo geral, é uma alíquota acessível.  

Também é bastante comum que a tributação progressiva seja usada entre as pessoas que estão fazendo previdência privada para os filhos, com o objetivo de que eles tenham acesso ao dinheiro na adolescência ou início da idade adulta. Aqui, existem grandes chances de isenção de impostos por conta da falta de renda extra. 

Tributação Regressiva 

Geralmente é aplicada nos planos onde a mensalidade estimada da aposentadoria é superior a 3 mil reais. Aqui, a tributação começa alta e vai diminuindo com o passar dos anos. Pode ir de 35% até 10%, por exemplo. 

Nesse caso, a pessoa fica pagando mais enquanto está mais jovem, e geralmente mais produtiva. E passa a pagar menos conforme vai envelhecendo - o que é bastante interessante para aliviar o bolso no futuro. 

Diferença da previdência privada e aposentadoria pelo INSS

A principal diferença entre a previdência privada e a aposentadoria pelo INSS está na administração do dinheiro do contribuinte. 

Enquanto na previdência privada essa administração acontece em instituições particulares devidamente regulamentadas, a aposentadoria pelo INSS acontece no governo federal ou no governo estadual para o caso de servidores públicos do estado ou do município. 

E embora a essência de ambos os casos seja uma espécie de poupança para ter uma renda no futuro, existem outras diferenças e particularidades. Veja mais detalhes a seguir.

Aposentadoria pelo INSS

A aposentadoria pelo INSS, também chamada simplesmente de previdência, é pública e um direito de todo cidadão que contribui. 

Durante a vida produtiva, quando a pessoa trabalha com carteira assinada, é descontado todos os meses do seu salário uma quantia que vai para o fundo do INSS. Isso acontece de maneira compulsória, ou seja, sem um controle do funcionário. 

Os trabalhadores que não são contratados pelo regime de CLT, ou que executam suas atividades de maneira autônoma, também podem recolher a aposentadoria pelo INSS pagando guias mensais.

Depois, ao se aposentar, o trabalhador passa a receber todos os meses um valor proporcional à contribuição que fez ao longo dos anos. 

O valor pode variar de acordo com os salários que o cidadão recebia, a idade com a qual se aposentou, o tempo total de serviço e outras condições.

Além disso, a previdência pelo INSS costuma passar por algumas reformas de tempos e tempos. 

Claro, existem alguns aspectos que são constitucionais e não mudam. Ainda, quem já adquiriu o direito também não passa por eventuais transformações nas reformas previdenciário do país.

Mas quem está contribuindo pode enfrentar alterações, como por exemplo o tempo mínimo para se aposentar.

Justamente porque essas mudanças acontecem, as pessoas procuram uma segunda alternativa de previdência para garantir um futuro mais confortável. 

Previdência Privada

Já a previdência privada é quando alguém, independente do seu trabalho, salário, ou contribuição para o INSS, procura alguma empresa ou instituição financeira por conta própria e investe uma quantia mensal em dinheiro para recolher no futuro.  

Da mesma forma como acontece na previdência pública, ao atingir uma certa idade o segurado passa a receber um valor mensalmente. Mas aqui, as possibilidades são mais flexíveis. Ele pode preferir o recebimento do dinheiro todo de uma vez, até mesmo antes do prazo, se quiser. 

Previdência privada X INSS

Para concluir, uma diferença importante entre as duas é que na previdência privada o segurado tem muito mais autonomia para escolher o valor mensal de contribuição (que, inclusive, pode ser anual), o prazo, e em quanto tempo ficará recebendo o benefício, por exemplo.

Outra característica que difere as duas é que o INSS só pode ser feito no nome de quem está trabalhando e contribuindo. Enquanto isso, a previdência privada pode ser feita até para uma criança pequena, para ser resgatada 100% dentro de alguns anos, por exemplo. 

Tipos de previdência privada

Existem dois tipos de previdência privada que são as mais populares. Entenda quais são para fazer uma escolha fundamentada na hora de definir a sua.

1- PGBL  (Plano Gerador de Benefício Livre)

O nome pode não ser tão simples, o que faz com que muitas pessoas tenham dúvidas em relação à sua funcionalidade, ou simplesmente não optem por ele. 

Mas não é tão complicado assim. 

O PGBL permite abater até 12% do imposto de renda bruta tributável do ano, por isso é o mais indicado para quem faz a declaração completa, deduzindo todas as despesas de forma bem minuciosa. 

Caso você faça a declaração de imposto de renda completa, é muito mais indicado optar pelo PGBL. 

Se por um acaso você já tiver o VGBL (que é o outro tipo), não tem problema. Mantenha-o ativo, mas invista também em um PGBL o quanto antes. Na realidade, o ideal é sempre diversificar os investimentos, e você pode ter quantas previdências privadas quiser. 

E para resumir, a ideia principal do PGBL é investir o seu dinheiro para que o valor acumulado no fim do plano seja o máximo possível.

2 - VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)

Essa é a opção mais indicada para quem faz a declaração de impostos simplificada. Ele funciona como um tipo de seguro de vida, e também permite economizar um pouco no pagamento de impostos.

O VGBL é indicado para quem está focado no planejamento sucessório e destaca-se ainda por não ter come-cotas. O que é isso? Veja detalhes adiante, nas vantagens e desvantagens

Previdência privada: vantagens e desvantagens

Quando se fala em previdência privada, logo vêm as dúvidas sobre suas vantagens e desvantagens, certo? Por isso, preparamos aqui uma lista com esses pontos. Acompanhe.

Vantagens da previdência privada

Vamos começar com as vantagens da previdência privada, confira.

Portabilidade

Uma das grandes vantagens da previdência privada é a portabilidade para aproveitar os melhores rendimentos e taxas

Isso significa que é possível transferi-la de um banco para outro, ou de uma instituição financeira para outra, sem custos e para aproveitar melhor o seu investimento. 

Assim, é interessante que o segurado preste atenção em todas as taxas aplicadas, confira os rendimentos e sempre compare com planos de outros lugares. 

E a melhor forma de fazer isto é pedindo um extrato onde seja possível avaliar o histórico de rentabilidade de pelo menos um ano. Caso seja constatado que o banco escolhido não é a melhor opção, a dica é pedir a portabilidade.

Basta informar para a instituição onde está o investimento para qual banco deve transferir seus fundos, e pronto. 

Sucessão do dinheiro

A segunda grande vantagem da previdência privada não é desfrutada somente pelo investidor em si, mas por outra pessoa. Mesmo assim é bastante interessante. Explicamos.

A previdência privada permite a sucessão patrimonial, que funciona da seguinte forma: em caso de morte, todo o dinheiro do fundo vai para a pessoa indicada pelo beneficiário durante a assinatura do contrato, sem a necessidade de inventário, quando não houver litígio.

O ponto de partida para que esse fator seja considerado uma vantagem é que tudo que foi investido é direcionado para pessoas amadas escolhidas pelo segurado. 

Não é o caso da aposentadoria pelo INSS, em que todo o dinheiro do contribuinte só volta para a família no caso de pensão por morte paga a dependentes. 

Outra questão interessante é a dispensa de inventário para uma parte do valor. Imaginando que você tenha vários herdeiros diretos, mas queira que uma parcela do dinheiro vá para uma pessoa específica, pode indicar o nome dela quando fizer uma previdência privada. 

Ela receberá os fundos automaticamente caso você venha a falecer, e essa quantia não entrará no inventário.

Vale lembrar que há um detalhe importante sobre essa vantagem: isso só acontece quando o plano é do tipo limitado

Isso porque a pessoa que assinou o contrato escolhe se ela prefere, no futuro, receber o valor da previdência durante um prazo limitado (por 20 anos, por exemplo), ou por tempo indeterminado - em outras palavras, até ela falecer.  

Também é importante esclarecer que se o segurado do plano limitado já estiver recebendo seu benefício antes de falecer, a pessoa que ele escolheu para receber o dinheiro ganhará apenas o restante até atingir o limite acordado em contrato. 

Por exemplo: se o contratante assinou por 20 anos, já recebeu 10 e falece, seu beneficiário receberá apenas os outros 10. 

Contribuição em dobro

Algumas empresas oferecem o benefício de cobrir o investimento do colaborador numa previdência privada como forma de retenção de talentos, e isto é uma prática bastante interessante. 

Se o colaborador disponibilizar 5% do seu salário para a previdência privada, por exemplo, a empresa investe mais 5% também, todos os meses. 

Isenção de imposto come-cotas

Outra vantagem é que a previdência privada não tem come-cotas, mesmo sendo um fundo de investimento. 

Caso você não esteja familiarizado com o termo, explicamos: come-cotas é o nome popular de um sistema utilizado pela Receita Federal que antecipa a cobrança de impostos em fundos de investimento. 

A cobrança ocorre duas vezes ao ano, mas no caso da previdência privada, não acontece porque ela é isenta.

Desvantagens da previdência privada

Agora, vamos falar das desvantagens? Elas não são tão agressivas mas vale a pena conhecer.

Não é possível trocar o tipo de investimento 

A parte ruim da de investir em previdência privada é que o tipo de investimento não pode ser alterado. Supondo que você faça um VGBL e depois mude de ideia, não há como trocar para PGBL por exemplo, nem no momento da portabilidade de um banco para outro. 

A boa notícia é que você pode fazer um novo investimento, mudando então o tipo.

Inclusive, o ideal é diversificar os investimentos. E isso se aplica também a investir em vários tipos de previdência privada ao mesmo tempo, se fizer sentido para você. 

Vale lembrar que é preciso sempre avaliar as especificidades de cada tipo de investimento para entender se ele é o mais adequado para sua realidade.

Pode haver cobrança de taxas

Apesar das taxas serem vantajosas em várias instituições, esse custo pode ser uma pequena desvantagem para alguns investidores. 

Acontece que a maioria das previdências privadas tem taxa de carregamento, e todas elas têm uma taxa de administração. É o custo que se paga para administração do fundo e para o serviço que o banco presta, principalmente depois que o segurado começa a receber as parcelas diretamente na sua conta. 

Vale a pena investir em previdência privada?

Sim, vale a pena investir na previdência privada porque é uma boa alternativa de investimento em vários casos. 

Conforme comentamos durante o texto, é uma opção para quem quer fazer um investimento a longo prazo ou preocupa-se com o futuro dos herdeiros e das pessoas queridas. 

E como você não precisa escolher entre previdência privada e INSS, você pode ter os dois.

Mesmo você querendo investir em outros tipos de fundos, vale a pena disponibilizar pelo menos uma parte do seu dinheiro para previdência privada porque ela é uma garantia e uma segurança necessária, especialmente para períodos da vida que não são  tão produtivos. 

Além disso, vale muito mais a pena investir em previdência privada do que na maioria das poupanças, por exemplo. Isso porque costuma render mais.

Como fazer uma previdência privada

Para fazer uma previdência privada o ideal é primeiramente calcular os seus rendimentos e suas despesas anuais, principalmente as dedutíveis do Imposto de Renda. 

Baseado neste cálculo, é possível saber se vale mais a pena investir em um PGBL ou VGBL, por exemplo.

Depois, deve estudar as empresas que oferecem planos de previdência privada, entender seus planos, taxas, rendimentos e condições, para então contratar a que apresentar melhores resultados. 

É interessante observar também a portabilidade dos planos e o tempo de carência para o resgate do dinheiro, porque pode ser necessário mexer nos fundos antes do previsto.

De qualquer maneira, é importante ter em mente que vale a pena investir em previdência privada, já que trata-se de um fundo seguro e que pode se configurar como uma renda extra na aposentadoria, ou como uma garantia para os herdeiros. 

Por isso, faz sentido destinar pelo menos uma parte dos rendimentos nessa alternativa.

Por fim, é uma excelente ideia contar com a experiência e habilidade de uma assessoria de investimentos como a Blue3. Os técnicos podem te orientar quanto ao melhor plano de previdência privada para suas necessidades e, ainda, ajudar você com outros investimentos. 

Redação It's Money

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