Mais emprego e mais juros
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Mais emprego e mais juros
2 set 2022•Última atualização: 20 junho 2024
Para encerrar a semana, os olhos se voltam, novamente, para os EUA. Dados de criação de empregos, salários e taxa de desemprego devem movimentar os mercados, enquanto, por aqui, a produção industrial deve reforçar o PIB divulgado ontem.
Abertura do mercado no Brasil
Por aqui, caminhamos para encerrar a semana com mais uma rodada de dados que surpreenderam positivamente.
Ao longo da semana o IGP-M mostrou deflação maior que o esperado, enquanto ontem, os dados de PIB, mostraram crescimento acima do esperado.
Na comparação trimestral a expectativa apontava para crescimento de 0,9%, enquanto o número apresentado foi de 1,2%.
Dados de emprego também trouxeram novos indícios da resiliência econômica do país.
Com queda na taxa de desemprego e geração de novos cargos acima do esperado, o país tem demonstrado força para lidar com as pressões contracionistas impostas pelos apertos monetários do Banco Central.
Para hoje, o destaque fica por conta da divulgação às 9h da produção industrial de julho.
Estimativas dão conta de aumento de 0,5% na comparação mensal, contra queda de 0,4% apresentada na medição do mês anterior.
O dado deve complementar o PIB acima do esperado de ontem, com novas informações a respeito da saúde da indústria local.
Com um dia de agenda econômica menos movimentada, por aqui, investidores também devem se manter de olho nos dados de payroll.
Segundo o relatório publicado pelo Departamento do Trabalho dos EUA, o país criou 315 mil empregos fora do setor agrícola em agosto.
Os números devem movimentar os mercados com impacto sobre as decisões de juros nos EUA, que reverberam pelo mundo.
Ao longo dessa semana, parte do pessimismo que ecoava do exterior voltou a impactar os mercados por aqui, enquanto o dólar voltava a ganhar força.
Em meio ao cenário incerto nos EUA, e com riscos de recessão cada vez maiores, acreditamos que o dólar deve seguir fortalecendo.
Resultado do leilão do Tesouro:
- LTN com vencimento em outubro de 2023: R$ 874,7 milhões (100% da oferta –
Taxa 13,3127%); - LTN com vencimento em outubro de 2024: R$ 1,6 bilhão (100% da oferta – Taxa
12,2250%); - LTN com vencimento em janeiro de 2026: R$ 8,3 bilhões (100% da oferta – Taxa
11,9100%); - NTN-F com vencimento em janeiro de 2029: R$ 46,55 milhões (100% da oferta
– Taxa 12,1088%); - NTN-F com vencimento em janeiro de 2033: R$ 268,50 milhões(100% da oferta
– Taxa 12,2389%).
Abertura do mercado nos EUA
Nos EUA, o dia deve ser movimentado e com impactos que devem atingir mercados no mundo inteiro.
Essa sexta-feira conta com o relatório de payroll norte-americano, que veio acima das expectativas do mercado.
Além disso, dados de taxa de desemprego e de salários devem trazer clareza ao cenário do mercado de trabalho americano.
No último mês, a geração de empregos surpreendeu até os mais otimistas, dados divulgados no início de agosto mostraram 528 mil novos cargos, número acima do dobro das expectativas e indicando um mercado de trabalho
aquecido.
Agora, para este mês, as estimativas previam 298 mil novos empregos.
É importante ficar atento a esse número porque, ainda com muita incerteza sobre o comportamento do Fed para a política monetária nos próximos meses, dados sobre emprego dão boa indicação a respeito da saúde econômica do
país.
E em caso de nova surpresa para cima, deve reforçar a estratégia mais agressiva de juros do banco central norte-americano.
Ainda hoje, a taxa de desemprego deve ser divulgada com expectativa de estabilidade em 3,5%.
Além disso, dados de salários devem mostrar aumento de 0,4% na comparação com o mês anterior.
Com empregos e salários em ritmo de crescimento, o Fed deve voltar a temer nova escalada de preços.
Por isso, acreditamos que os dados divulgados hoje, devem fortalecer a visão mais hawkish para os juros nos EUA, caso as projeções se confirmem.
E, consequentemente, promover abertura nos juros futuros por lá, valorização do dólar frente a emergentes, e trazer maior aversão ao risco.
Um aumento de 75 pontos base para o fim de setembro é o cenário precificado pelos mercados hoje, com o monitor de probabilidades FEDWatch indicando 74% de probabilidade de um aumento dessa magnitude em 21 de setembro.
Resta agora, esperar por indicações mais claras para o futuro, e para qual deve ser o fim do atual ciclo de apertos.
Mercado Interno
Ontem o Ibovespa reverteu a queda do dia anterior e encerrou o pregão com alta de 0,81%.
Com cenário que indica estabilidade por aqui, e fim do ciclo de alta de juros, a bolsa brasileira que negocia abaixo dos múltiplos históricos se mostra uma boa oportunidade.
Dados de fluxo, indicam que a bolsa teve fluxo positivo de R$ 17bi até 30 de agosto, segundo a Bloomberg.
Apesar de boas perspectivas com a renda variável, por aqui, o dia de hoje promete volatilidade com dados de empregos nos EUA, e possíveis sinalizações de maiores apertos monetários pelo Fed, que acabam impactando mercados globais.
Análise técnica Ibovespa
O IBOV, observando o gráfico diário, em que após quatro dias de baixa consecutivos, apresentou o primeiro fechamento positivo no curto prazo.
Em termos de probabilidade, é mais provável a continuação do movimento de queda.
Entretanto, esse fechamento no positivo pode significar que o movimento de baixa continue, mas de uma forma não tão acentuada.
Portanto, a expectativa no curto prazo continua mais negativa para o IBOV, em que a perda dos 108.215 pontos aumenta a probabilidade de buscar os 107.000 pontos (primeira retração de Fibonacci).
O primeiro sinal para uma expectativa mais positiva, seria a superação dos 111.365 pontos, onde buscaria fechar acima da média de menor período.
Mas para anular a tendência de baixa no curto prazo seria a superação dos 114.155 pontos.
Mercado Externo
Nos EUA o índice S&P 500 fechou o dia de ontem em alta de 0,30%. Enquanto investidores continuam balizando o apetite ao risco.
O dia de hoje promete ser movimentado com a divulgação do payroll, que deve trazer cor ao mercado de trabalho
nos EUA, e devem auxiliar o Fed na tomada de decisão sobre os juros por lá.
A renda variável norte-americana deve continuar prejudicada por novos apertos e por perspectivas de extensão do período de juros altos, seguindo ainda sem sinalizações que indiquem mudança nesse cenário.
Análise técnica S&P500
O S&P500, pelo gráfico diário, apresentou o primeiro dia fechando no positivo após 4 dias no negativo.
Falando do movimento de queda, o índice alcançou um nível de preço importante nos 3.915 pontos.
Isto é, após esse fechamento no positivo e alcançando níveis importantes, pode significar a continuação do movimento de baixa (maior probabilidade), mas não tão acentuada.
O primeiro sinal positivo seria superar as médias nos 4.080 pontos, porém para anular a tendência de baixa que se encontra no curto prazo é necessário superar os 4.200 pontos.
Commodities
O minério de ferro encerrou a madrugada de hoje em nova queda, seguindo a esteira de notícias negativas vindas da China.
O fechamento de centros urbanos por restrições à covid volta a colocar a atividade econômica do país em xeque,
e consequentemente desacelera os preços do minério.
Vale lembrar que o gigante asiático lida ainda com problemas decorrentes da onda de calor que atinge o país e levou ao racionamento de energia e paralização de atividades industriais por lá.
O petróleo opera em alta na manhã desta sexta-feira, com investidores monitorando os próximos passos da Opep.
Apesar dos riscos de degradação da demanda com uma possível recessão, definições sobre a oferta voltam a pesar
sobre o preço.
Na segunda-feira (05/09) acontece a reunião da Opep+, grupo que controla grande parte da produção de petróleo no mundo.
Como levantado pelo Ministro de Energia da Arábia Saudita, o cartel pode discutir cortes de produção já nesse encontro, para estabilizar os preços.
Análise técnica petróleo
O petróleo, analisando o gráfico diário, foi buscar a região USD 91,82/barril após um fechamento no negativo. Em que a perda dessa região aumenta a expectativa negativa.
Falando em termos de níveis importantes o próximo mais abaixo está em USD 89,50/barril, caso o movimento de baixa continue.
Para um olhar e viés mais positivo para o petróleo, é necessário que este busque a região dos USD 103,24/barril, onde anularia a tendência de baixa.
Analistas responsáveis
Dalton Vieira – Analista CNPI-T
- + 15 anos de experiência no mercado financeiro;
- Analista de valores mobiliários (CNPI-TEM 910);
- Credenciado pela Apimec desde 2010;
Desenvolvedor do método DV de investimentos.
Henrique Tavares – Analista CNPI
- Analista CNPI (CNPI EM-3176);
- Credenciado pela Apimec;
- Formado em Engenharia;
- Aeronáutica pela Universidade Federal Uberlândia (UFU).
Disclaimer
De acordo com a Resolução CVM nº 20, de 25 de fevereiro de 2021, Art. 21º, declaro que as análises realizadas neste relatório refletem única e exclusivamente a opinião dos autores, e foram elaboradas de forma independente e autônoma.
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A DVinvest é a casa de análise fundada pelo renomado analista Dalton Vieira, que possui em sua equipe profissionais altamente especializados em análise fundamentalista e técnica de ações.
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